No entanto, com motivações diferentes das nossas. Por lá, as manifestações começaram ainda em 2013, quando grupos ligados ao opositor Henrique Capriles Radonski foram às ruas contra o presidente chavista recém-eleito, Nicolás Maduro, pedindo uma recontagem dos votos.
Em fevereiro deste ano, os movimentos ganharam um contexto mais amplo com os estudantes protestando contra a insegurança nos campi das universidades, que seguiu para outras cidades incorporando novas demandas, como os problemas econômicos e o apelo pela soltura de estudantes detidos em manifestações anteriores.
Em comparação aos protestos ocorridos no Brasil, os movimentos da Venezuela se assemelham quando os relacionamos a um perfil de manifestantes onde não é possível definir um grupo homogêneo, ligado a um partido específico ou com uma demanda clara. Em geral, os participantes dos protestos são de setores da sociedade insatisfeitos com as políticas econômicas e de segurança pública do atual governo.
As origens das incertezas criadas na economia da Venezuela estão na crise internacional, que cortou o fornecimento de crédito para alguns países, e na incapacidade interna na gestão pública. O resultado? Sem crédito, o país passou a depender ainda mais das vendas do petróleo como única fonte de entrada de capital. A Venezuela sofre com uma inflação alta que em 2013 chegou a 56,2%. Além disso, há a escassez de produtos básicos como leite e açúcar, e o país vem sofrendo com apagões de energia elétrica.
Os dados da violência também assustam: de acordo com a ONG Observatório Venezuelano de Violência (OVV), em 2013 o país teve uma taxa de 24.763 mortes violentas, 79 mortos para cada 100 mil habitantes. Isso sem falarmos da violência política, que faz parte da história venezuelana. Nos anos 60, embates entre militares e governos levaram a centenas de mortos. O Caracazo, em 1989, gerou um número de mortes que ultrapassou os milhares. Num país onde o porte de armas é amplo entre a população, a criação de situações potencialmente explosivas não é raro.
Não cabe ao Brasil discutir a história da Venezuela. Todos esses problemas não podem tirar de análise que a Venezuela tem um governo eleito, uma Constituição em vigor, além de instituições funcionando. Ao Brasil, cabe se houver solicitação por parte do governo venezuelano e como integrante do MERCOSUL, do qual a Venezuela faz parte, a defesa da ordem democrática, que deve existir em todos os países.
Já ao governo venezuelano, o desafio é diminuir as diferenças políticas e sociais, buscando o consenso, ainda que a fragmentação social e política tenham sido alimentadas, nos últimos anos, pela disputa entre chavistas e não chavistas.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.
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