Não é raro notícias sobre trotes violentos que acabam nas delegacias, isso quando não resultam em morte. Em várias faculdades, o “bicho” – como são chamados os calouros – são forçados a consumir bebida alcoólica, humilhados, empurrados e agredidos fisicamente, e, por várias vezes, os veteranos chegam a urinar e vomitar neles.
Embora a maioria dos estudantes no Brasil não considere o trote como um ato violento, a perda de controle acontece em casos isolados, e depois de iniciado o ritual de recepção dos calouros, é muito difícil para os envolvidos mensurar quando as brincadeiras ultrapassam os limites e tornam-se violência.
O primeiro trote universitário no país, em 1831, acabou em morte na Faculdade de Direito de Olinda. Desde então, a maioria das instituições proibiu a prática, mas o ritual continua e, em muitos casos, violentamente. Como esquecer o caso do estudante de medicina Edison Tsung Chi Hsueh, que, em 1999, foi encontrado morto no fundo da piscina da Universidade de São Paulo (USP), após ter sido forçado a entrar no local sem saber nadar? Ali acabou o sonho de um jovem e, com certeza, acabou uma família.
Infelizmente, a maior parte dos casos de trotes violentos resulta apenas na expulsão dos principais envolvidos, ou simplesmente não houve nenhuma punição. Precisamos entender que o trote universitário é parte de uma cultura tão enraizada que não deixará de existir apenas pelas proibições das faculdades. É preciso punição severa para os que participam desses crimes. Além disso, faz-se necessário um trabalho mais profundo e contínuo para que esse comportamento, muitas vezes comparado ao período medieval, seja abandonado.
Se os trotes são considerados como rituais de passagem do ensino médio para o universitário, talvez seja hora de agirmos como nos Estados Unidos, por exemplo, onde os calouros são convidados a fazerem um trabalho social, sem violência ou humilhação pública e ainda contribuindo com os mais necessitados. Essa prática já vem sendo adotada por várias instituições no Brasil, principalmente pelas instituições do Grupo Ser Educacional, e tem dado muito certo.
Não podemos aceitar que a violência nos trotes universitários seja vista como uma coisa normal. Esse tipo de prática não é e nunca será uma política de socialização no ensino superior.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.
Receba as novidades em primeira mão!
Cookies: a gente guarda estatísticas de visitas para melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossa Política de Privacidade.