Fluxos não representam apenas um elemento da organização social; trata-se da expressão dos processos que dominam nossa vida econômica, política e simbólica. Nesse caso, o suporte material dos processos dominantes em nossas sociedades será o conjunto de elementos que sustentam esses fluxos e propiciam a possibilidade material de sua articulação em tempo simultâneo”.
Segundo ele, o espaço de fluxos, como a forma material de suporte dos processos e funções dominantes na sociedade informacional, pode ser descrito pela combinação de pelo menos três camadas de suporte materiais que, juntas, constituem o espaço de fluxos. A primeira camada, o primeiro material do espaço de fluxos é realmente constituída por um circuito de impulsos eletrônicos (microeletrônica, telecomunicações, processamento computacional, sistemas de transmissão e transporte em alta velocidade), formando, em conjunto, a base material dos processos identificados como estrategicamente crucias na rede da sociedade. A segunda camada do espaço de fluxo é constituída por seus nós (centros de importantes funções estratégicas) e centros de comunicação. A terceira camada importante do espaço de fluxos refere-se à organização espacial das elites gerenciais (e não das classes) que exercem as funções direcionais em torno das quais esse espaço é articulado.
A sociedade em redes, ao mesmo tempo em que desarticula os velhos padrões de sociabilidade, de comunicabilidade e governabilidade do mundo, aponta para novos padrões de conhecimento, de aprendizagem e para novas possibilidades de trabalho e renda.
Nesse cenário surgem os chamados profissionais do conhecimento ou do trabalho imaterial e as extraordinárias possibilidades e vivências no campo da educação, dos processos de ensino e de aprendizagem.
Nas palavras do sociólogo francês Pierre Lévy (São Paulo, 1998, p. 90) “A magia dos mundos virtuais está cada dia mais ao alcance do grande público: o número de usuários das redes mundiais de comunicação informatizada aumenta 10% ao mês. As ‘auto-estradas da informação’ e a multimídia interativa anunciam uma mutação nos modos de comunicação e de acesso ao saber. Emerge um novo meio de comunicação, de pensamento e de trabalho para as sociedades humanas: o ciberespaço”.
Esta ruptura de paradigmas traz, em si, “distúrbio eletrônico”; ou, como registra Lojkine (São Paulo: Cortez, 2002), uma crise e um conflito na esfera do trabalho que perpassa a autonomia do trabalho manual e a heteronomia do trabalho informatizado. Daí as confusões identitárias entre trabalho material e trabalho imaterial, uma vez que “tal revolução não é apenas tecnológica, mas, igualmente, cultural, ética, tanto mais quanto seu eixo central é a produção, a circulação e a distribuição de informações entre todos os homens. Aspirações crescentes à autonomia, ao controle de sua vida não podem mais transitar por instituições e organizações oriundas da revolução industrial e sempre marcadas, profundamente, por uma cultura delegacionista e estatista”.
Para arrematar, na esteira do pensamento de Levy, é possível renovar-se o vínculo social rumo a uma maior fraternidade, na medida em que os meios de comunicação permitem aos grupos humanos pôr em comum seu saber e seu imaginário. “Forma social inédita, o coletivo inteligente pode inventar uma ‘democracia em tempo real’, uma ética da hospitalidade, uma estética da invenção, uma economia das qualidades humanas”. A relação com o cosmos, a pertença aos territórios e a inserção do processo econômico propiciando à identidade das pessoas e ao vínculo social uma expansão no intercâmbio de conhecimentos.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.