Até as eleições de 2012, muito ainda será discutido no Congresso Nacional. Por mais relevância que esses temas tenham para o cenário político brasileiro, existem outras reformas mais urgentes, como já frisei em artigos anteriores, e a população parece compartilhar da mesma opinião.
Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau sobre “O que os recifenses pensam sobre a Reforma Política” revelou que apesar de 52,2% dos entrevistados já terem ouvido falar em Reforma Política, apenas 17,9% demonstram interesse pelo assunto e 54,1% não acreditam que a reforma trará benefícios para o Brasil.
A maior parcela dos pesquisados (29,5%) elenca que entre as prioridades da agenda pública deve estar a reforma do Sistema Único de Saúde. Em seguida aparece a reforma do Ensino Básico, com 13,5%, e apenas 12,5% dos eleitores apontam a reforma política como ação prioritária.
No resultado da pesquisa é preciso levar em consideração o problema de fluxo de informações: os eleitores não são informados adequadamente sobre alguns assuntos e, consequentemente, não se interessam por eles. Por isso a discussão da Reforma Política não contagiou a opinião pública.
A classe política não pode relegar as vozes da sociedade e estudos como o do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau visam ar sobre isso. Numa democracia, onde a opinião da população deve ser levada em conta, descobrir o que a sociedade pensa e agir conforme os seus desejos contribuem para a estabilidade institucional.
A opinião pública dá substância e conteúdo à democracia. É claro que as vozes que contrariam os princípios do estado de direito devem ser convencidas a diminuírem o tom ou a mudarem de opinião. Caso isto não seja possível, o respeito à liberdade de expressão deve prevalecer.
