A tolerância diante das diferenças

A tolerância diante das diferenças

Por: Janguiê Diniz
26 de Jul de 2011

Em manifesto, Andes frisou: “Nós, os povos europeus nativos livres, por este meio, declaramos guerra prévia contra as elites marxistas e multiculturais da Europa Ocidental… Nós sabemos quem vocês são, onde vivem e vamos pegar vocês”. O manifesto de Andes expressa intolerância com o outro e evidencia um problema que está presente nos países ocidentais desenvolvidos, qual seja: a rejeição às diferenças. Rejeição esta que advém de três vetores: imigração, Islamismo e cultura.

Desde o advento pujante da globalização, indivíduos nativos de países desenvolvidos manifestam contrariedade com a entrada de pessoas advindas de variados países. A contrariedade do rapaz Andes é justificada no seguinte argumento: povos de outras nações tomam nossos empregos e fragilizam o nosso estado de bem-estar social, além de possibilitarem a criminalidade. Para os adeptos deste argumento, imigrantes pouco qualificados ofertam mão de obra barata e exigem atenção social do estado. No entanto, este se mostra com dificuldade fiscal para atender às demandas dos nativos, e praticam crimes.

A opção religiosa, em particular pelo Islamismo, provoca atos discriminatórios por parte de variados povos. A retórica presente em diversos manifestos é de que o Islã representa o mal e ele ameaça a paz do Ocidente. Assim, ocorre que a imigração e o Islã possibilitam dois fenômenos sociais, sendo a aculturação e o choque de civilizações. O primeiro permite a tolerância entre os indivíduos. O segundo proporciona conflitos e até rupturas.

Voltando ao caso de Andes Behrin, agora as autoridades norueguesas temem que as ações do rapaz venham a ser repetidas por outros indivíduos. E a preocupação é pertinente, uma vez que muitos concordam com os atos de Andes. Portanto, a intolerância pode estar estruturada na sociedade norueguesa. Se assim for, indagamos: qual é o futuro da Noruega diante de uma sociedade global? Aliás, podemos ir além: qual é o futuro da sociedade de diversos países do Ocidente?

Por muito tempo, a sociedade francesa discutiu o uso do véu islâmico em locais públicos. O estado francês proíbe o uso. Em abril deste ano, porém, manifestantes islâmicas foram detidas por protestar contra tal proibição. Nos Estados Unidos está presente o movimento Tea Party. A essência aparente de tal protesto é a oposição a um estado de bem-estar social atuante e o aumento dos impostos. Entretanto, estão presentes também manifestações contra imigrantes. Em particular, imigrantes latinos.

Diante de uma sociedade reconhecida como globalizada, na qual, teoricamente, povos interagem, observamos o choque de civilizações, o qual foi prognosticado por Samuel Huntington em 1993. Este choque expõe o que há de mais perverso na civilização, ou seja: a ausência da tolerância. Desconfiamos que outros Andes estejam maquinando formas de expressar igualmente suas revoltas. E o risco que se corre é que estes possam agir em nome de uma sociedade excludente. E temos aqui um grande problema, pois as diferenças existem, mas, infelizmente, a intolerância também.

Transformando

Sonhos em Realidade

Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.

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