A tradição do Círio de Nazaré

A tradição do Círio de Nazaré

Por: Janguiê Diniz
06 de Out de 2017

Segundo a interessante Lenda da Nazaré a antiquíssima imagem da Virgem teve origem em Nazaré, na Galileia, e representa a Virgem Maria sentada, de cor escura, tendo no seu colo o Menino Jesus, o qual amamenta. A estátua, entalhada em madeira e identificada como original dos primeiros séculos do Cristianismo, percorreu a cristandade desde Nazaré (Israel) passando por Mérida (Espanha), até surgir no ano de 711, em Nazaré (Portugal).

No Pará, a devoção a Virgem de Nazaré se expandiu a partir de 1700, quando o caboclo Plácido José de Souza encontrou, às margens do igarapé Murucutú, onde hoje encontra-se a Basílica de Nazaré, uma pequena imagem da santa. Na manhã seguinte, reza a tradição, a imagem havia desaparecido e retornado ao local em que foi encontrada.

Assim, todos os anos, no segundo domingo de outubro, as pessoas transformam as ruas da capital paraense em vertentes humanas, o retrato da devoção popular. A celebração do Círio é tão forte na cultura dos paraenses que, estes, mesmo se moram fora do Estado acabam celebrando o Círio onde quer que estejam.

O Círio de Nazaré, mais do que em qualquer outra região do planeta, representa para o povo paraense algo muito parecido com o natal. As casas e a cidade são enfeitadas, comidas tradicionais são feitas. Há muita expectativa com as celebrações do Círio: todos os anos, há a apresentação do manto da imagem peregrina, que já foi elaborada por vários católicos e estilistas famosos.

A berlinda, que começou a ser utilizada no Círio a partir de 1882, por sugestão do Bispo Dom Macedo Costa, posteriormente substituída por um andor e assim permaneceu até o Círio de 1930, quando retornou. Além dela, outros treze carros acompanham a procissão e são um símbolo importante da devoção incorporados à procissão ao longo da história da Festa, seja para recolher os ex-votos (elementos de promessa) ou levando as crianças vestidas de anjos. Já a Corda, talvez o maior símbolo do Círio para aqueles que não são paraenses e um dos maiores ícones da festa, passou a fazer parte do Círio desde 1885.

Desde 1971, a Virgem de Nazaré é considerada pelos católicos Padroeira do Pará e Rainha da Amazônia. Atualmente, as manifestações de devoção religiosas estendem-se por quinze dias, durante o período chamado de quadra Nazarena e é composta por 12 romarias: o Traslado, a Romaria Rodoviária, a Romaria Fluvial, a Moto-Romaria, a Transladação, a Procissão do Círio, a Ciclo-Romaria, a Romaria da Juventude, Romaria das Crianças, Romaria dos Corredores, Procissão da Festa e o Recírio fazem toda a população participar, sem distinção de cor, classe social, religião.

Na qualidade de Reitor da UNAMA – Universidade da Amazônia e católico convicto, fico muito emocionado em receber a Santa e toda sua comitiva, na manhã da sexta-feira do Círio, no campus Ananindeua da instituição. Ocasião em que oferecemos ao Bispo, comitiva e peregrinos um singelo café da manhã. A emoção de poder participar da festa é impossível de descrever. É sentir uma paz e saber que todos estão ali por amor, unidos pela fé e devoção.

Transformando

Sonhos em Realidade

Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.

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