A outra, a de que toda administração está sendo executada dentro de um único ambiente nacional e implantada numa única cultura nacional; esta circunstância a um único código jurídico e é parte de uma única economia nacional. Eram tão óbvias para Taylor, nos Estados Unidos, quanto para Fayol, na França. Mas, para ele, mesmo que haja instrumentos e técnicas de administração; haja teorias e princípios de administração e talvez uma disciplina universal de administração ou ainda uma função genérica mundial que chamamos de administração – que tente a mesma finalidade em toda parte e qualquer sociedade desenvolvida -, a administração também é uma cultura e um sistema de valores e crenças. Também é o meio pelo qual uma determinada sociedade torna produtivos seus próprios valores e crenças. A administração pode muito bem ser considerada a ponte entre uma civilização que se está tornando rapidamente mundial e uma cultura que manifesta tradições, valores, crenças e patrimônios divergentes. A administração precisa tornar-se o instrumento pela qual a diversidade cultural possa atender às finalidades comuns da humanidade. Como ciência da humanidade, a administração é tanto um enunciado de verificações que podem ser postas à prova e confirma objetivamente como um sistema de crenças e experiências.
Por fim e mais uma vez Peter Drucker inverte o enunciado, para a quinta premissa – “a administração é resultado do desenvolvimento econômico”- e afirma: “ o desenvolvimento econômico e social resulta da administração”.
A primeira premissa sustenta que a administração é resultado e não causa; um atendimento de necessidades e não uma criadora de oportunidades. Peter Drucker afirma: pode-se dizer, sem muito exagero de simplificação, que não existem países subdesenvolvidos. Existem apenas países subadministrados. O Japão de cem anos atrás era um país subdesenvolvido por todas as medidas materiais. Mas muito rapidamente constituiu uma administração de grande competência e, na verdade, excelente. No prazo de 25 anos, o Japão da Era do Meidji se havia tornado uma país desenvolvido, aliás, em alguns aspectos, tais como a alfabetização, o mais altamente desenvolvido de todos os países. Toda a nossa experiência em desenvolvimento econômico prova que a administração é o principal propulsor e que o desenvolvimento é uma conseqüência.
Que lições podemos extrair deste mestre já falecido da Graduate School of Busines Administration da Universidade de Nova York? Para nós as premissas segundo a quais “as instituições, inclusive as dos negócios, são responsáveis pela qualidade de vida” e que “a administração terá de ser considerada tanto uma ciência como uma humanidade”.
No tocante à primeira premissa, inclui ele as instituições de ensino no contexto da responsabilidade com a vida humana. É o que temos tentado fazer na Faculdade Maurício de Nassau, sem falsa modéstia, ao articular o processo de ensino e de aprendizagem aos projetos de pesquisa e à produção acadêmica devidamente conectados com as comunidades carentes, a fim de melhorar a qualidade de vida daqueles que as habitam.
Ao elevar a administração à categoria de uma humanidade recomenda que se preservem os valores culturais e as tradições, uma vez que, “sem funcionar o patrimônio cultural específico de um povo, não pode ocorrer o desenvolvimento social e econômico”. Neste aspecto, inúmeros são os projetos voltados para a preservação, a valorização e o desenvolvimento da nossa arte e da nossa cultura implementados pela Faculdade Maurício de Nassau. Um exemplo, para ilustrar essa minha exposição: o Instituto do Frevo que vem recebendo aplausos dos estudiosos, da crítica e, sobretudo, dos que fazem o carnaval. Temos realizado permanentemente uma série de entrevistas, debates, encontros e registros de toda historiografia e memória do carnaval de Pernambuco, instituição idealizada e dirigida pelo nosso professor e Superintendente Acadêmico, Dr. Inácio Feitosa.
Já para os especialistas no assunto, arrisco-me a identificar aquilo que há de mais fascinante no discurso de Peter Drucker. A importância dada às teorias organizacionais comparadas às grandes descobertas científicas do século XX e, sobretudo, o contexto da administração elevada a uma dimensão cultural, enquanto sistemas de crenças e de valores.
Neste aspecto ele é contundente: “A administração pode muito bem ser considerada a ponte entre uma civilização que se está tornando rapidamente mundial e uma cultura que manifesta tradições valores, crenças e patrimônios divergentes”.
E para nós, o que encontrar nas lições deste mestre: “O desenvolvimento econômico resulta da administração”.
Vejam que lição para todos nós! Não podemos esquecer o legado das teorias da administração e das suas proposições atuais, desde que elejam, como premissa, a valorização das tradições culturais de uma sociedade de um povo. Por fim, um ponto de convergência entre os nossos objetivos: “O que é administração e o que os administradores fazem tornar-se-ão, portanto, – e apropriadamente – cada vez mais uma questão de interesse público e não um assunto reservado aos ‘peritos’. A administração se preocupará cada vez mais com a manifestação de crenças e valores básicos tanto quanto com a consecução de resultados mensuráveis. Defenderá cada vez mais a qualidade da vida de uma sociedade tanto quanto seu padrão de vida”.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.