Recentemente, ao decidir estatizar 51% da petrolífera YPF e assumir a participação que cabia à espanhola Repsol, a presidente argentina Cristina Kirchner tem sido duramente criticada pela comunidade internacional, em virtude desta postura política, tendo sido, inclusive, sua atitude considerada por muitos como populista e arbitrária. Kirchner tem adotado a “política de subsídios”, também utilizada em 2003, durante o governo do ex-presidente e seu falecido marido Néstor Kirchner e considera este um dos fatores que promoveram o crescimento econômico do país.
Configurando o quadro, em um período de crises financeiras e recessão nos mercados mundiais, a Argentina mostrou um crescimento na atividade econômica de 8,8% em 2011 quando comparado a 2010, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). Esse incremento foi gerado pelo consumo, pelo comércio internacional e pela indústria. Outro dado que deve ser ressaltado é que a balança comercial argentina fechou 2011 com um excedente de US$ 10,347 bilhões. O que representa 11% abaixo do número registrado em 2010. As exportações cresceram 24%, registrando US$ 84,269 bilhões, e as importações tiveram elevação de 31%, no total de US$ 73,922 bilhões.
Em contrapartida a esses números positivos, entre 2003 e 2010, o consumo de petróleo e gás subiu 38% e 25%, respectivamente. Enquanto a produção declinou 12% e 2,3% no mesmo período. Tudo isso em um país com uma das maiores reservas mundial comprovadas de gás de xisto. O desacerto energético tem custado muito caro à Argentina, estima-se um déficit de 60 bilhões de dólares, mas, há apenas três anos, o setor era superavitário. Esta pode ser a justificativa para a estatização promovida pela Casa Rosada.
Um dos motivos que levaram a presidente à reeleição foi a continuidade política, antes adotada por Néstor. Dentre as medidas adotadas podemos destacar o enfrentamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), quando o país recusou aceitar as políticas de ajuste fiscal e preferiu ficar sem créditos internacionais e renegociar a dívida externa unilateralmente. Em vez de conter gastos públicos para pagar os credores, o governo argentino investiu em programas sociais. Como resultado, a Argentina saiu da crise graças, em parte, ao aumento dos preços das principais matérias primas que exporta: carne, trigo e soja.
Na nossa ótica a posição política adotada é muito perigosa. Não podemos afirmar se esta posição política adotada pela presidente argentina dará certo em longo prazo. A economia argentina vem crescendo graças aos preços altos de matérias primas, mas apresenta um déficit no orçamento público, já que, nos últimos 4 anos, quase US$ 70 bilhões foram sacados do sistema financeiro argentino. Apesar da situação política e econômica do país se manter estável, a pergunta que fica é: Até quando o governo argentino conseguirá sobreviver sem os empréstimos de órgãos internacionais?
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.
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