Contrastes do vestibular

Contrastes do vestibular

Por: Janguiê Diniz
17 de Jul de 2008

Em comum, esses dois grupos de brasileiros tinham a faixa etária: eram jovens, em sua maioria. Mas as semelhanças param por aí. Os que se aglomeravam na entrada da Agência do Trabalho dividem histórias de vida e oportunidades bem distintas dos “cabeças-raspadas”.

A maioria estudou em escola pública, mal terminou o ensino médio e pertence a famílias humildes, para as quais, em muitos casos, o desemprego é muito mais do que estatística. Vaga em universidade pública, para grande parte dos que buscavam vaga nos cursos de qualificação, não passa de sonho distante. Com uma formação educacional básica deficiente e sem condições de pagar pelos caríssimos “cursinhos preparatórios para vestibular”, percebem-se sem maiores chances de sucesso na disputa por uma vaga nas federais.

Resta-lhes, assim, partir em busca do emprego que lhes permita pagar as mensalidades de uma faculdade privada – único meio de conquistar o tão sonhado acesso ao ensino superior. O caminho, como se vê, é longo. Mais curto, porém, é o percurso de muitos dos recém-aprovados no vestibular das federais. Embora, em muitos casos, tenham condições de pagar por um curso superior, ocupam vagas dos que não podem. Eis a origem dessa distorção, que só é minimizada pelos efeitos de iniciativas envolvendo parcerias entre governo e iniciativa privada.

O ProUni – que oferece bolsas de estudo a estudantes carentes em troca de isenção de tributos para as faculdades – é um exemplo bem-sucedido desse tipo de ação. Mais de 400 mil jovens conseguiram cursar uma faculdade por meio da iniciativa. Os resultados alcançados, entretanto, ainda são modestos diante do desafio: somente 10% dos jovens conseguem chegar à universidade. Serão necessárias mudanças profundas e ações incisivas para que mais jovens possam comemorar o nome no listão, seja de faculdades públicas ou privadas, deixando a procura por emprego para depois do diploma.

Transformando

Sonhos em Realidade

Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.

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