Mas, passados os maiores transtornos, é hora de o setor público arregaçar as mangas e levar de volta o que foi tomado pelas águas.
Os próximos dias serão de contabilizar os prejuízos. O governo tomará medidas para reerguer a economia do município e a população se unirá numa campanha de solidariedade, para arrecadar donativos e ajudar a amenizar a dor das famílias que perderam tudo nas enchentes. Mas muitos desses problemas poderiam ter sido evitados se houvesse investimento na prevenção das tragédias provocadas pelos temporais.
Os prejuízos que as chuvas causam anualmente no Estado são sempre maiores que os investimentos com as obras de infraestrutura para corrigir. Mas, o que pode ser feito por agora está a caminho. Por enquanto, medidas emergenciais: a disponibilização, por parte da Prefeitura, de locais que servem de abrigo. As famílias estão em quadras de esportes de escolas, pátio de feira e sede da Associação Comercial, além de postos de saúde da família. Mas os reais transtornos causados pelas enchentes ainda estão sendo levantados pela Comissão de Defesa Civil (Codecipe).
O abastecimento de água também ficou comprometido com as enxurradas. Os casos mais graves foram na cidade de Moreno, na Região Metropolitana do Recife, e na praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca. A Compesa já anunciou que terá de investir R$ 100 mil na execução de obras de contenção e suspensão dos conjuntos de bombas. Sim, medidas emergeciais, para que sejam evitados futuros alagamentos da estação de Porto de Galinhas.
Depois, as medidas de médio e longo prazos. Houve deslizamentos de encostas e barreiras estouraram. Pontes e estradas foram destruídas. Ontem, o secretário de Transportes de Pernambuco, Isaltino Nascimento, revelou as cifras. Somente com as estradas, serão investidos R$ 15 milhões na PE-60, outros R$ 30 milhões na restauração da BR-101, além de R$ 500 milhões para construção de viadutos e corredores de ônibus. Estas últimas obras são para a Copa de 2014.
Entretanto, além das despesas para arrumar a casa, o Estado enfrenta problema maior: o risco de perder grandes oportunidades de investimentos locais. A Fiat é um exemplo. Recentemente, a montadora anunciou que desistirá do Completo Industrial e Portuário de Suape para se instalar em Goiana. Tudo indica que o município goiano receberá a unidade fabril, a pista de testes e o centro de pesquisas. Os empreendimentos devem ocupar uma área de 12 milhões de metros quadrados, se levarmos em conta a atração de outras 60 empresas fornecedoras que devem confirmar presença no Estado.
A interiorização da fábrica da Fiat, aliás, renderá aos cofres do Governo do Estado uma economia de milhões l em terraplanagem, além de proporcionar desenvolvimento ao interior. No entanto, o que dizer dos planos da empresa que hoje encontra um município devastado pelos temporais? De fato, Não se sabe o comprometimento da negociação considerando a atua situação da Mata Norte do Estado.
Não é a toa que agora governo e sociedade pagam a conta dos estrados causados pelas chuvas. Agora, a reconstrução da cidade e, mais que isso, das vidas dessas vítimas, custará caro aos cofres públicos. Agora é preciso oferecer moradia digna a essas famílias que constroem suas casas de maneira inadequada. As chuvas deixaram, de fato, um saldo negativo no Estado. E sabe-se que os problemas mais graves poderiam ter sido evitados com medidas preventivas, ainda que por parte do Governo Federal. Mas ao menos em Pernambuco os trabalhos estão caminhando. E as mangas estão sendo arregaçadas como se pode.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.