Uma das coisas mais importantes a se entender sobre o empreendedorismo é que nem todos que tentam são bem-sucedidos. Parece um determinismo pessimista, mas é a realidade. Faz-se necessário refletir sobre quem vence e quem desiste nessa trilha, e por que isso acontece. Uma das situações mais comuns nesse mundo dos negócios é o famoso “nadar, nadar, e morrer na praia”. Por que isso acontece?
Ora, há várias razões para tal. É possível, no entanto, afirmar que, por trás de todas elas, existe a falta de perseverança e de persistência. É que não existe aquela teimosia positiva, que faz a pessoa insistir em seus objetivos. Ou seja, ela não é obstinada o suficiente para levar suas ações até o fim. Pessoas não obstinadas podem até se permitir sonhar, acreditar, aprender; porém, por circunstâncias normais da vida, muito frequentemente chegamos a um ponto em que somos especialmente desafiados.
É nesses momentos que quem não é obstinado começa a achar que não é capaz de vencer, e aí passa a se sentir um coitadinho e não se considerar digno e merecedor de materializar seus ideais. Assim, a pessoa se acomoda, deixa de acreditar em si mesma, não age, não evolui. Ela acaba colocando seus sonhos a perder e passa a viver em uma inércia paralisante. Nesse estado, predominam o desinteresse, o marasmo, o desânimo. Em casos bastante frequentes, a preguiça consome toda a vontade de lutar e vencer. E, se há algo que um obstinado não pode deixar acontecer, é que a preguiça tome conta. Porque a preguiça não leva à evolução e às conquistas, mas a derrotas. Então, ao menor sinal de preguiça ou pensamento de desistência, é preciso lembrar-se de que o propósito é maior do que tudo. Isso ajudará a encontrar força e motivação para persistir.
Aqui cabe ressaltar: ao falar em alguém obstinado, foquemos no viés positivo da palavra, ou seja, referente àquela pessoa determinada, focada, que trabalha muito e luta por seus ideais, sem desistir. A ideia não reflete a concepção negativa do termo, associada a quem é ganancioso e faz de tudo, até cometer ilegalidades, para chegar aonde deseja. E um segundo apontamento: há uma única situação em que desistir pode ser aceito. É quando se desiste de algo por outro objetivo maior, quando se troca o bom pelo ótimo. Neste caso, a desistência é, na verdade, a busca por um novo patamar de evolução.
É bem verdade que, muitas vezes, é mais fácil desistir do que continuar em frente. Apesar disso, abrir mão de um sonho ou objetivo acaba por ser um atraso de vida: desiste-se também de tudo o que viria depois. A conta não é difícil: seria melhor seguir em frente e ter a chance de sucesso, ou desistir e ter a certeza do fracasso?
