Já o presidente norte-americano Barack Obama terá que negociar bastante com a oposição para conseguir aprovar projetos, após a derrota dos democratas nas últimas eleições legislativas.
O exemplo de iniciativa bem sucedida vem do outro lado do Atlântico. David Cameron, primeiro ministro inglês, iniciou a reforma fundamentada em três pilares básicos: aumentar o capital social, reduzir custos e retomar o crescimento econômico. Cameron está diante de desafios, pois o estágio atual da sociedade inglesa exige ruptura.
Cameron, através de eleições, as quais irão permitir a escolha de chefes de polícia, deseja dividir responsabilidades com a sociedade. Neste caso, não são apenas as instituições do estado responsáveis pelo bem estar dos indivíduos. Cada um tem sua parcela de responsabilidade.
O político britânico pretende fazer com que a gestão de escolas públicas seja realizada pelos pais dos alunos e membros da comunidade. Com isto, Cameron espera tornar mais eficiente o ensino público no Reino Unido, através do engajamento da sociedade.
A eleição de chefes de polícia e a gestão de escolas por parte de atores não-estatais poderão fortalecer o capital social da sociedade inglesa. Neste caso, os indivíduos serão sujeitos principais da transformação do estado inglês. Com isto, os laços de confiança entre os ingleses poderão ser fortalecidos, já que eles são co-responsáveis, além do estado, pelo bem estar da sociedade.
O corte de gastos públicos é outro objetivo de David Cameron. Com isto, ele pretende preparar a Inglaterra para o futuro, diante da diminuição da população jovem e o aumento de pessoas idosas.
Não é novidade que boa parte dos recursos públicos é direcionada para aposentadorias e saúde. Portanto, é necessário economizar, pois o estado não apenas deve custear, mas também investir. O investimento, caso seja realizado em educação, saúde, segurança pública e infraestrutura condicionam o crescimento econômico e o bem estar da sociedade.
A sociedade brasileira está relativamente distante do desenvolvimento social e econômico da sociedade inglesa, o que tornam as reformas ainda mais urgentes, que, com a atual composição da bancada parlamentar governista, dependerão da vontade da nova presidente em realizar velhas demandas.
