Estudos recentes demonstram que o desemprego atinge fortemente os jovens em busca do primeiro emprego. Vivemos os tempos da juventude desempregada e sem futuro. Como nessa faixa etária concentra-se a maior parte das pessoas que procuram incorporar-se ao mercado de trabalho pela primeira vez, um dos argumentos para explicar o elevado desemprego é que o jovem tem dificuldade em conseguir uma primeira chance. A falta de experiência, a necessidade de aliar emprego e escola e a falta de oportunidade estão entre as razões para o fato de que o desemprego juvenil é maior que entre adultos. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a falta de emprego entre os jovens brasileiros de 15 a 24 anos é 3,5 vezes maior que entre os adultos – com mais de 24 anos. Esses jovens estão despreparados para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. A falência do ensino de qualidade na rede pública e dos bons cursos profissionalizantes impõe aos jovens pobres uma cruel realidade. Portanto, além de conviverem com o desemprego, os jovens não têm acesso a postos de trabalho mais bem remunerados porque lhes falta o instrumento básico: educação.
Falar sobre a necessidade de educação de qualidade desde a primeira infância e da necessidade de garantir às crianças e adolescentes infância segura com acesso à escola até concluir o ensino médio parece que não faz efeito algum. Entretanto, a realidade assustadora evidenciada pelos números mencionados leva à convicção de que, nos programas governamentais, a abordagem tem se mostrado ineficaz na tarefa de inclusão da juventude no mercado de trabalho e na prevenção e combate ao trabalho infantil. As propostas permanecem no plano das idéias, do discurso, e não da prática política. Os programas de incentivo ao primeiro emprego não obtiveram êxito, e o percentual de desemprego permanece em crescimento. Iniciativas que gerem emprego para os jovens precisam contar, além de vontade política do governo federal, com o envolvimento dos governos estaduais e municipais, bem como de empresas e organizações não-governamentais, investindo também em projetos de formação profissional qualificada.
As empresas, na hora da contratação, aumentam as exigências, e o desemprego fez crescer a competitividade no mercado de trabalho. Conclusão: quem nunca trabalhou, enfrenta diversas barreiras para conseguir a primeira oportunidade. Desta maneira, as filas para conseguir emprego aumentam cada vez mais, disputando as poucas vagas que aparecem nessa época de recessão. Negar direito ao trabalho é condenar os jovens ao desalento e à desesperança. Sem trabalho digno, tornam-se alvos fáceis do crime organizado, das drogas, do tráfico e da prostituição. A maioria desses jovens necessita do emprego para contribuir com a subsistência familiar e alguns poucos para ter oportunidades de aprendizado, acesso ao lazer e à cultura, e à autonomia econômica. Na luta para entrar no mercado de trabalho, esses jovens encontram empregos de curta duração e de baixa remuneração, o que dificulta a emancipação financeira. Políticas públicas eficientes que garantam a inserção dos jovens no mercado de trabalho, como profissional ou na condição de aprendiz a partir de 14 anos, devem ser prioridades dos governantes. Construir alternativas para os jovens é condição indispensável para o rompimento com a situação que os condena à exclusão, pobreza e marginalização. Abrir oportunidades de trabalho é fundamental para manter o entusiasmo e o idealismo dos jovens. Afinal, eles são o nosso mais precioso capital e formam o celeiro de líderes que podem dirigir uma Nação.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.