Estamos mesmo crescendo?

Estamos mesmo crescendo?

Por: Janguiê Diniz
23 de Mai de 2011

O jornal britânico Financial Times revelou esta semana que a expansão de crédito concedido pelos bancos brasileiros criaram uma “fachada de prosperidade que frequentemente esconde problemas mais profundos”. O exemplo claro no periódico é o sucesso que tem conseguido os grandes bancos, como Itaú-Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco, mas é preciso destacar que no mês passado dois pequenos bancos no Brasil precisaram de socorro, e receberam ajuda do governo. Não é à toa que alguns analistas já preveem que mais outras instituições financeiras ainda passarão por dificuldades ainda este ano.

E, o pior, a culpa é do governo. Sim, foram as medidas tomadas para evitar o crescimento do crédito, como por exemplo o aumento das taxas de juros e dos requerimentos de reserva dos bancos, que levaram ao aumento do custo dos financiamentos. Isso atingiu em cheio os bancos.

A crise se deu por conta da perda de confiança no que se refere ao novo mercado de securitização, ou seja, transformação de dívida em títulos para venda a investidores. Isso, por sua vez, aconteceu devido ao escândalo do Banco PanAmericano, no final do ano passado. Este contava com dívidas que já haviam sido vendidas mais de uma vez, segundo observou o Banco Central. O resultado disso foi que os bancos maiores passaram a relutar mais para comprar títulos de dívida de bancos menores. O receio é de que estes estejam fazendo o mesmo que fez o PanAmericano.

O problema, no entanto, é maior. O aumento acelerado de crédito pode vir a gerar uma bolha na economia brasileira, até mesmo por causa do aumento dos valores dos imóveis no País. Mas isso é assunto para uma outra discussão. Por enquanto, o que mais preocupa é o nível de crédito em relação ao PIB no Brasil, ainda muito inferior ao dos Estados Unidos ou Espanha antes da crise.
Para completar, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, cresceu 0,7% em maio, com desaceleração em relação a abril. No mesmo mês do ano passado, a inflação ficou em 0,63%. Nos últimos 12 meses, a taxa de 6,51% ficou acima da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.

E esta também é uma outra discussão. Na verdade, são muitos os assuntos que preocupam o Brasil. E, mesmo assim, estamos passando uma certa confiança lá fora. Não que isso seja negativo. Não é. Aliás, a credibilidade depositada em nosso País ajuda a incrementar a economia brasileira. Mas o cuidado é para que esta forte confiança não afete o desempenho aqui dentro. O Governo precisa parar de achar que estamos no caminho e começar a andar para encontrá-lo.

Transformando

Sonhos em Realidade

Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.

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