Ética na vida

Ética na vida

Por: Janguiê Diniz
30 de Mai de 2018

Daí, entende-se que a ética tem viés mais individual, enquanto a moral é coletiva. De forma prática, quando se refere ao comportamento de alguns profissionais em suas funções, estamos falando de ética: a ética médica, ética empresarial, etc. Dois exemplos: “João teve uma atitude antiética ao furar a fila do banco”. “No Brasil, é imoral ter mais de uma esposa, enquanto em alguns países como a Nigéria é moralmente aceito”. Percebe a diferença?


Ao falar em ética, é comum pensar na ética profissional, política, mas, na verdade, a ética faz parte do cotidiano. É uma característica de toda ação humana. Nossa ética faz parte de quem somos. Tem mais a ver com o indivíduo do que com a sociedade. É fazer o certo, não para “aparecer” ou mostrar-se bom, mas agir de forma correta até quando ninguém está vendo. Quantas vezes não nos pegamos agindo de forma que, em outras situações, nós mesmos reprimiríamos? Por exemplo, furar uma fila, “colar” em uma prova, perceber um erro em uma conta de bar e não avisar ao garçom. São atitudes antiéticas, que vão contra os princípios morais da sociedade.

A ética não se resume apenas a comportamentos pessoais. No mundo dos negócios, os princípios éticos da empresa devem estar bem claros para os colaboradores, de forma que todos estejam focados em um mesmo objetivo. É preciso ressaltar que ética e transparência precisam andar juntas. Se determinada empresa não trabalha com ética, coerência e transparência, a probabilidade de o ambiente interno para os colaboradores ser ruim é muito alta.

Vê-se, nesse tipo de empresa, uma alta rotatividade de colaboradores, pessoas estressadas e resultados falhos. Empresas que prezam pela ética e transparência são percebidas como positivas pela sociedade e tendem a se firmar no mercado. No caso inverso, as empresas perdem em competitividade e ficam suscetíveis a riscos de imagem e reputação.

A ética, como diz Adolfo Sanchez Vázquez, é a “teoria ou a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade”. Fica a reflexão: se agir com consciência moral e ética é tão positivo, por que ainda há tantas pessoas que não seguem esses valores? Uma publicação do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas coloca três pontos sobre o tema. Uma primeira causa pode ser a qualidade do aprendizado.

A segunda razão pode ser a imaturidade do raciocínio moral, que pode reduzir valores éticos a comportamentos visando apenas a obediência, para evitar punições. Um terceiro motivo seria o desconhecimento dos outros, determinado por baixo grau de empatia, e o desconhecimento de si, alimentado por autoimagem irreal e autoestima exageradamente alta ou baixa.

No Brasil, a corrupção é o principal exemplo da falta de ética e transparência. É a negação radical da ética, porque destrói as raízes das instituições criadas para garantir direitos. Neste caso, há inúmeras consequências para a construção da sociedade e a principal delas é a destruição da meritocracia. Para evitar tal efeito, além da justiça, é preciso exigir punição, dentro dos padrões previstos na constituição.

A educação tem um papel determinante neste contexto, visto que é de sua responsabilidade informar comportamentos éticos e morais para formar futuros cidadãos. Deixo para você um pensamento do psiquiatra e empresário Roberto Shinyashiki: “Seja ético: a vitória que vale a pena é a que aumenta sua dignidade e reafirma valores profundos”.

Transformando

Sonhos em Realidade

Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.

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