Ficando para trás

Ficando para trás

Por: Janguiê Diniz
16 de Nov de 2010

Por vezes, deparo-me com argumentos ideológicos que procuram explicar o atraso dos países da America Latina, quando comparado aos Estados Unidos. Desprovido de qualquer caráter científico, ou melhor, de comprovação empírica, é recorrente, inclusive em ambientes frequentados por intelectuais, a explicação de que o tipo de colonização realizado no Brasil, por exemplo, possibilitou o seu subdesenvolvimento. Outro argumento clichê é de que os Estados Unidos agem de modo imperialista explorando os países pobres.

É fato que o Brasil foi colônia de exploração. As instituições brasileiras, ao contrário das americanas, não nasceram no nosso País. Nos foram impostas. Estados Unidos e Brasil tiveram uma economia baseada no escravismo. Porém, as instituições americanas, ao contrário da brasileira, foram eficientes na promoção da igualdade de direitos após o fim da escravidão.

Desde a expansão comercial iniciada no século XIV, as economias de diversos países interagem. A partir da década de 90, a economia brasileira passou a interagir fortemente com outras economias. Esta troca econômica é uma das características do processo de globalização, o qual possibilita o crescimento econômico e social dos países. A globalização gera oportunidades para todos. Os benefícios da globalização enfraquecem a tese de que existem países imperialistas explorando outras unidades nacionais.

Os autores do livro de Fukuyama, mostram, de modo brilhante, que as razões do subdesenvolvimento dos países da América Latina são dois: desempenho das instituições e cultura. Os autores não dedicam tanto atenção à cultura, mas reconhecem que ela impede o desenvolvimento ou o acelerado desenvolvimento dos países. Considerando os estudos de outros autores como Sérgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes e Gilberto Freyre, por exemplo, e reconhecendo que a cultura é um conjunto de valores, afirmo que a presença de práticas sociais como clientelismo, patrimonialismo e fisiologismo dificultam o desempenho das instituições.

As instituições servem para ofertar bens e serviços públicos e arbitrar as relações sociais. Entretanto, em razão dos seus integrantes ou por conta de arranjos institucionais frágeis ou inadequados, elas podem não cumprir o seu papel na sociedade.

Fragilidades e inadequações que comprometeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), para citar apenas um exemplo recente que afetou a vida de cerca de 3 milhões de estudantes em todo o País. Os erros cometidos na realização do exame mostram a incapacidade do estado em criar instituições eficientes ao invés de contribuir para o desenvolvimento das instituições brasileiras.

 

Transformando

Sonhos em Realidade

Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.

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