Governo e crescimento econômico

Governo e crescimento econômico

Por: Janguiê Diniz
22 de Jul de 2009

Mas, os indivíduos, que vivem em sociedade, não estão a depender única e exclusivamente dos estados e dos governos. Os indivíduos que integram a sociedade possuem seus próprios valores. Fazem a sociedade funcionar através das suas próprias ações. Os governos devem fornecer ferramentas e condições aos indivíduos para que estes conquistem seus objetivos materiais e vivam condignamente, e, até obtenham conquistas econômicas. Eles não podem limitar o desenvolvimento individual de cada cidadão.

Neste contexto, a educação é uma das ferramentas que os governos devem oferecer para todos os indivíduos. Só através da educação ocorre a emancipação social. Desconsidere-se Marx quando se fala em emancipação social, já que no mundo contemporâneo, o termo luta de classes não é adequado para a compreensão das relações sociais. A emancipação social do individuo ocorre quando ele consegue fazer parte do ambiente produtivo.

Nos últimos anos, a sociedade brasileira passou a ser inserida num processo de emancipação social. A estabilidade da moeda e a criação da Bolsa Família contribuíram com isto. No particular, o estado desenvolveu um papel decisivo no processo de mobilidade social ocorrido. Agora, resta perquirir se os indivíduos estão aptos a aproveitarem as oportunidades econômicas frutos deste processo de emancipação.

Importa registrar que Paulo Cunha, presidente do grupo Ultra, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo (20/07/2009), afirma que hoje o brasileiro deseja crescer e melhorar de vida. Enfatiza, ademais, que a educação, de primacial importância no processo de desenvolvimento de um país, começa a ser debatida com muita ênfase no Brasil. Concordo com Paulo Cunha. Tenho impressão semelhante. Os brasileiros desejam crescer e a educação é o instrumento básico para este crescimento.

Por outro lado, salientamos que por muito tempo alguns estereótipos foram criados para os brasileiros. A guisa de corolário, citamos o de que “o brasileiro não quer e não gosta de trabalhar”. Nesta perspectiva, e com esta visão, o Brasil estava condenado ao fracasso econômico. Sempre discordei desta visão precária de realidade social brasileira. Bastou que houvesse a estabilidade da moeda e a expansão do ensino superior privado para verificarmos que muitos brasileiros tinham o “espírito animal” nas palavras do economista Delfim Netto. Isto é: os brasileiros estão ávidos para aproveitar as oportunidades do capitalismo.

Benjamin M. Friedman, autor da obra As conseqüências morais do crescimento econômico, mostra, através de uma consistente análise sociológica, em como a sociedade transforma os valores em razão do crescimento econômico. A mudança impacta, inclusive, nas instituições do estado e, por conseqüência, na democracia. O autor sugere uma relação benéfica entre desenvolvimento econômico e democracia. Quanto mais desenvolvimento econômico mais a democracia se fortalece.

Por fim, observo que há um bom tempo, tendo como base o contexto social brasileiro, a democracia informal (valores dos indivíduos) se aperfeiçoa no Brasil. Neste diapasão, os indivíduos procurando aumentar o nível de instrução e adquirir conhecimento, passam a cobrar mais e mais do estado. Questionam a falta de transparência e as razões dos privilégios existentes no poder púbico. Isto ocorre, claramente, em razão da nova realidade social brasileira. Realidade esta, que os governos contribuíram para alcançar. E que os brasileiros, em razão dos valores morais adequados ao capitalismo e impulsionados por ele, também ajudaram a construir.

Transformando

Sonhos em Realidade

Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.

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