São os artistas, políticos, figuras religiosas, escritores, empresários, intelectuais que, enraizados inicialmente em sua própria bio-história pessoal (seja o carácter, a estrutura pulsional, o temperamento), são levados a expandir-se, a renovar-se por meio de processos de simbolização que o fazem participar na totalidade do mundo midiático. O mundo, de fato, dissolve-se em formas de expressão.
Diante de uma sociedade midiática, onde os órgãos de comunicação criam e matam celebridades, divulgando, e às vezes inventando fatos, homens públicos são aqueles que se destacam na sociedade, servindo de exemplo para a maioria dos indivíduos de uma dada localidade, despertando a atenção da opinião pública, despertando o olhar alheio.
Homens públicos, assim como os cidadãos comuns, atuam em suas profissões e misteres, praticam as suas atividades de lazer, têm suas preferências, fazem escolhas e são escolhidos, ou não. A mídia, a seu turno, fica atenta às ações, atividades, preferências e escolhas , sempre com a intenção de divulgar para a sociedade o que despertar mais interesse, principalmente os fatos e ações negativas desses homens. É a hipermodernidade com sua vigília e, sobretudo, com sua indústria cultural. Dela, surge o star-system, valendo-se de listas dos mais populares, dos recordes de venda, de hit-parades e, sobretudo, valendo-se do que é banalizado ou mesmo degradado. Quanto mais consumido, menos efêmero se torna.
Numa sociedade democrática como a nossa, alicerçada por recursos tecnológicos, o homem público está sempre online. A liberdade de imprensa tem o conforto da tecnologia e, sem qualquer restrição, suas câmeras revelam – e às vezes “produzem” – fatos acerca do homem público, sem vir a sofrer qualquer punição. Por via de consequência, o público formará uma opinião sobre os fatos (ou invenções publicadas), passando a admirá-lo ou reprová-lo. Temos a planetarização de um sistema.
E as câmeras não dormem à porta do gestor público. Lidam com verbas públicas. Talvez seja a janela mais vigiada. Nesse contexto, devem se portar com uma reputação da mais ilibada possível para conquistar a admiração da opinião pública. Do contrário, são reprovados e execrados pela mídia e pela opinião pública.
Mesmo assim, a corrupção tornou-se uma prática generalizada em setores do governo federal. O que nos alegra, entretanto, é que, embora alguns brasileiros, principalmente certos governantes, tolerem a prática da corrupção, afirmamos categoricamente que a maioria de nosso povo reprova veementemente esta nefasta prática em todos os setores da vida pública. Ocorre a crise, a perda da confiança. É a degradação que o torna expressivo, agora. Temo-lo como exemplo do que não se deve conceber. Mas, felizmente, ainda o temos sob as lentes. Parodiando Sócrates, há homens que carregam cicuta no próprio bolso do paletó.
Graças ao repúdio do povo brasileiro e a publicação pela mídia, diversos atos de corrupção ocorridos nos diversos ministérios do governo federal vieram à baila, acarretando a derrubada de diversos ministros que não honraram a confiança que lhe foi depositada nas urnas pela maioria do povo brasileiro. Que isto sirva de exemplos para os atuais e para os futuros homens públicos, pois a mídia e a opinião pública não perdoarão aqueles que, praticando ilicitudes, tentam ludibriar os cidadãos brasileiros. O mundo online há de obrigá-los a beber o próprio veneno de suas ações.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.