Enquanto no seu discurso de posse o presidente norte-americano destacou a importância dos investimentos em pesquisas cientificas para driblar a crise econômica, o Brasil segue na contramão. O Congresso Nacional aprovou um corte de 18% no orçamento para Ciência e Tecnologia para 2009, o que equivale a uma redução de R$ 1,1 bilhões. Os reflexos poderão ser desastrosos, com a desaceleração da produtividade e consequente estagnação econômica e social. Por falta de investimentos em inovação, na busca de soluções eficazes, nossas empresas, sobretudo no setor industrial, perdem competitividade no mercado globalizado.
Outros fatos confirmam a descaso do país na área de pesquisa. O Brasil ficou na dianteira no mais recente relatório divulgado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi), ocupando a 21ª posição no pedido de patentes internacionais, atrás da China, Índia e Coréia do Sul. Em 2007, o país registrou 118 patentes nos Estados Unidos. Já a Coréia do Sul, o emergente mais bem colocado no ranking, contabilizou 7.264 registros naquele ano.
A USP, maior universidade brasileira, a produção cientifica vem declinando. Segundo o anuário estatístico da instituição, de 2003 a 2007, a média de trabalho por docente caiu 30,4%, enquanto o número de alunos subiu 27,7%. O CNPq, que concede bolsas a pesquisadores doutores de universidades e centros de pesquisas, teve aprovado pelo Congresso uma verba de R$ 45 milhões, 77% menor do que o previsto pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. Com a falta de investimento na qualificação docente, a meta do governo federal em ampliar o número de vagas nas universidades poderá ter como consequência a perda de qualidade nestas instituições.
Ao tímido investimento em pesquisa e qualificação de mão-de-obra, soma-se a falta de envolvimento do setor privado, que não absolve nosso contingente de pesquisadores, que acabam migrando para países desenvolvidos. O estado investe cerca de 25 mil dólares per capita na formação acadêmica destes profissionais que servirão a outras nações. De acordo com dados do Centro Latinoamericano de Demografia, cerca de 1,2 milhões de pesquisadores latinos emigraram entre 1961 e 2002.
Sem oportunidades nas empresas, os cientistas que permanecem no Brasil têm sua atuação limitada às universidades, criando uma demanda de investimentos de órgãos públicos para o financiamento das bolsas. Esta dependência financeira em relação ao governo, somado aos baixos salários e à falta de equipamentos e insumos para pesquisa, nos insere numa posição nada competitiva.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.
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