Outros alegam que o povo pediu a Copa do Mundo no Brasil e que não é possível realizar tal evento sem a construção de estádios.
Antes de apoiar ou repreender qualquer um dos lados é preciso conhecer a situação na qual vivem milhões de brasileiros. Em Pernambuco, o valor da passagem de ônibus mais barata custa R$ 2,25. Em São Paulo, R$ 3,00. Multipliquemos esse valor pelos milhares de usuários diários que utilizam esse tipo de transporte.
Ao analisar o transporte público, o que temos é um serviço de péssima qualidade, muitas vezes com veículos já sem condições de uso. E isso se repete com inúmeros ônibus das prefeituras, que transportam crianças para as escolas em cidades rurais. Lembramos também que a quantidade de veículos não é suficiente para suprir a demanda. Em resumo: o transporte público atual é ineficiente e não é adequado às necessidades da população.
Continuando, o Brasil é conhecido mundialmente como o país do futebol, dessa forma, fica fácil compreender que os protestos não estão ligados à realização do evento. Infelizmente, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo não serão eventos para o povo brasileiro – o povo que ama futebol e que leva sua família para os campos no país inteiro. Para compreender isso, basta observar os valores dos ingressos, longe de permitir o acesso dos menos favorecidos.
Ademais, faz-se um direito da população reivindicar que os gastos com tais eventos estejam claros, visto que, o dinheiro para as obras sai do próprio brasileiro, através do pagamento dos altos impostos nacionais. Não se pode admitir que bilhões sejam gastos com a construção de estádios, que sequer poderão se manter pós evento, quando a saúde e a educação pública estão em crises.
Da mesma forma, há anos se discute a necessidade de uma reforma política, fato que nunca se concretizou. Ao contrário, vemos políticos condenados pela justiça continuar em mandatos públicos, além do aumento da corrupção e votação de PECs que favorecem uma minoria. A discussão sobre criação de novos partidos é apenas uma, entre tantas as coisas que precisam mudar na política nacional.
O fato é que o povo brasileiro passa por momentos de revolta e cansaço diante de tantas falhas e isso é motivo para o povo ir às ruas. Ir às ruas para pedir por educação, por saúde, por mobilidade, por infraestrutura, por saneamento. Entretanto, voltamos a repetir, protesto é diferente de vandalismo. A polícia deve sim agir contra uma minoria que depreda veículos, invade lojas ou agride física e verbalmente os policiais. Mas, não pode tirar o direito dos cidadãos de protestar pacificamente.
“Um país mudo, não muda”. Um país que não se manifesta é condizente com as políticas públicas adotadas.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.
Receba as novidades em primeira mão!
Cookies: a gente guarda estatísticas de visitas para melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossa Política de Privacidade.