Milhares de armas, milhares de mortes

Milhares de armas, milhares de mortes

Por: Janguiê Diniz
25 de Jan de 2013

Esta emenda está em um grupo, com outras nove, chamado “The Bill of Rights” ou “Carta de Direitos”, ratificado em 1791. Andar armado nos Estados Unidos está ligado à história do País e à sua expansão. Mas por que a violência sempre foi considerada tão “natural” nos EUA?

 

Uma das explicações para esse processo é a indústria do cinema americana. Fundamental para difundir a ideia de que a violência é o meio normal de resolver diferenças entre seres humanos, a ligação fica ainda mais evidente nas centenas de filmes e jogos de guerras e terrorismo.

O fim de 2012 foi marcado por mais uma chacina nos EUA, naquela vez em uma escola de Newtown, Connecticut, onde morreram 28 pessoas, sendo 20 crianças. Mas, esta não foi a primeira tragédia americana ligada à liberação do porte de armas. Em 20 de julho do mesmo ano, o jovem James Holmes matou 12 e feriu quase 60 pessoas em um cinema no Colorado. Podemos voltar um pouco mais ao passado, quando, em abril de 2007, um estudante matou 32 pessoas no campus da Universidade Virginia Tech e se suicidou em seguida.

Na maioria dos casos, os assassinos são jovens, sem passagem pela polícia. E, talvez o mais impressionante, nenhum deles comprou o armamento e a munição das mãos de traficantes ou contrabandistas. Tudo foi adquirido legalmente em lojas registradas do País. Assim, fica claro que o mercado americano não se importa em produzir artigos que podem resultar na morte de seus cidadãos. Lá, é preciso produzir e incentivar o consumo de armamentos, não importa a que preço.

O resultado desse consumo desenfreado é que os EUA têm o índice mais alto de porte de armas do mundo: existem mais de 238 milhões de armas de fogo em casas de famílias, para uma população total de aproximadamente 310 milhões. Fazendo um comparativo, em relação à violência, com outro país considerado desenvolvido, em 2010, houve 8.775 assassinatos por armas de fogo nos EUA. Enquanto isso, na Grã-Bretanha esse número foi de 58 pessoas mortas.

Barack Obama inicia seu segundo mandato com a missão de reduzir a violência com armas nos Estados Unidos. E, depois de tantas tragédias, a maioria dos americanos apoia as principais propostas do plano apresentado por Obama. Claro que é importante regular a posse de armas, contudo, isto por si só não resolveria o problema nos EUA.

Caros leitores, os Estados Unidos não se tornaram o país mais rico do mundo pela “supremacia” de sua população. Durante séculos, eles incentivaram a produção, venda e o consumo de armas – e aqui deixamos claro que durante anos eles incentivaram guerras. Ademais, a cultura da violência nada mais é do que o reflexo da ordem social e, neste caso, o controle de armas é apenas uma gota em um mar que representa uma marca muito profunda da sociedade norte-americana.

Transformando

Sonhos em Realidade

Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.

Receba as novidades em primeira mão!