Muito além da banda larga

Muito além da banda larga

Por: Janguiê Diniz
12 de Mar de 2012

Com a realização da Copa do Mundo no país, é primordial que se perceba que muito ainda precisa ser feito onde ocorrerão os jogos mundiais. Seja na infraestrutura das cidades, com melhoramentos em portos, aeroportos e mobilidade urbana, seja na segurança, saúde ou educação. Mas estamos falando de um público o qual não conhecemos, mas que será, no mínimo exigente. Os turistas, de todo o mundo, que aportarão aqui, são bem informados e, antes mesmo das necessidades de locomoção, segurança ou lazer, estarão conectados à internet.

O anúncio feito pela presidente Dilma diz respeito a uma maior velocidade no acesso à web, para que brasileiros e turistas possam assistir aos jogos também via celular, com imagem de alta qualidade. O investimento é pertinente, mesmo porque o benefício ficará para os brasileiros após a Copa do Mundo. No entanto, o assunto é mais amplo. Estamos falando de um país que não possui um sistema para internet. Um país que sequer sabe o que significa verdadeiramente banda larga.

Há pouco, o presidente da Telebras, Rogério Santanna, admitiu que a meta do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) de levar conexão rápida à rede mundial de computadores a 800 municípios está longe de ser cumprida. À época da entrada em vigor do PNBL, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que as empresas teriam condições de cumprir com as exigências do governo. No entanto, a Telebras garante que, dos R$ 226 milhões programados para a empresa em 2011, somente R$ 50 milhões foram liberados pelo Governo Federal. Ou seja, a questão não é a competência das empresas, mas de simples falta de verba.

Pesquisas, como a recente divulgada pela agência de publicidade F/Nazca, mostram que o crescimento do acesso à internet foi medíocre nos últimos três anos. Enquanto em março de 2008, havia 47% de brasileiros conectados à rede mundial, em abril deste ano, o índice chegou a apenas 51%. Ainda somos 18,6 milhões de pessoas na web. Isso porque, em algumas grandes cidades, existe infraestrutura para o sistema funcionar. Mas na maioria das cidades brasileiras, não.

O Brasil está prestes a receber o maior volume de visitantes de sua história. São pessoas que buscarão aqui o que ainda não temos a oferecer. Ainda estamos engatinhando no quesito infraestrurura para melhor acomodar esses turistas. E o governo começa a falar em investir no acesso à internet. Preocupação válida. Mas é preciso ter os pés no chão. Não se pode querer chegar com internet a todos os municípios brasileiros, como garante a presidência, se sequer há luz em todos eles.

A banda larga é uma grande carência em nosso país. E a presidente Dilma fala em propiciar acesso a 40 milhões de lares. Disse ser importante para o desenvolvimento do Brasil, uma vez que a internet está presente na economia, educação, compras, relações pessoais e serviços públicos. E de fato o é. O que nos resta é esperar que o governo saiba exatamente do que está falando.

 

Transformando

Sonhos em Realidade

Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.

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