A dinâmica capitalista possibilita o recrudescimento da desigualdade social. Obviamente, alguns países são mais desiguais do que outros. Mas isto não significa que os países menos desiguais estão próximos ou buscam o socialismo. O que diferencia a desigualdade de um país para outro é a ação estatal perante os indivíduos. O estado no capitalismo serve, dentre diversas funções, para criar a igualdade de condições, e, por consequência, possibilitar uma sociedade menos desigual.
A igualdade de condições é termo ou premissa criado por Tocqueville ao analisar o desenvolvimento da sociedade americana. O estado, como sujeito que arbitra as relações sociais e que atende às demandas dos indivíduos, deve, através de diversos instrumentos, garantir que os indivíduos tenham igualdade de oportunidades, a qual deriva da presença da igualdade de condições.
A lógica tocqueviliana é de fácil entendimento. Se os indivíduos A e B têm condições semelhantes na infância, eles terão igualdade de oportunidades, e estarão à disposição do mercado. O mercado capitalista busca os melhores. No capitalismo, o mérito deve sempre prevalecer no processo de seleção. O capitalismo é seletivo. Não podemos negar isto. O capitalismo gera oportunidades e riquezas, mas absorve apenas os melhores. Entretanto, a função do capitalismo, diante de um estado que oferta bens públicos de modo igualitário, não é o de excluir. É de criar oportunidades para os indivíduos.
A ausência do estado, no entanto, como provedor da igualdade de condições pode criar uma sociedade desigual – constato. Por isto, o estado tem papel relevante no provimento de políticas sociais. Educação, saúde e segurança são os bens públicos geralmente apontados como obrigação do estado. Mas o ente estatal precisa também oferecer a organização urbana para que indivíduos possam viver em ambientes saudáveis e com bem-estar.
Reconheço que a educação é a variável propulsora do desenvolvimento econômico. Quando o estado promover, prioritariamente, educação básica de qualidade, o desenvolvimento ocorrerá e, com isto, o estado adquirirá condições de ofertar com qualidade os outros bens e serviços públicos sugeridos. Educação básica de qualidade possibilita a igualdade de condições.
Tenho um sonho, no qual acredito: crianças, independente da posição na pirâmide social, irem todos os dias para escolas que ofertem educação de qualidade. Este sonho me permite ter outros como, por exemplo, a diminuição radical da desigualdade social no Brasil. Ao contrário do que muitos pensam, no capitalismo não é proibido sonhar. Ao contrário!
É nesse espaço onírico que adquiro o atributo da representabilidade. E, em progressão coletiva, tenho concretizado meus projetos educacionais à garantia do interesse das pessoas que integram nosso Estado, com cursos expressivos e oportunos. E cada aluno que conclui nossos cursos é mais um potencial cidadão para intervenções valorosas em nosso mercado, em nosso Estado. De sonhos meus, portanto, à realização de seus sonhos, povo brasileiro.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.