Quando falamos em empreendedorismo, logo pensamos em empresas, negócios, lucros e, claro, falência. As incertezas atuais em torno da conjuntura econômica mundial e, principalmente, brasileira, têm impactado diretamente nos resultados de organizações de diferentes setores.
Segundo os dados da nova pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada no Brasil pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Em dez anos, essa taxa de empreendedorismo saltou de 23% para 34,5%. Desse total, metade corresponde a empreendedores novos – com menos de 3,5 anos de atividade –, e a outra metade, a donos de negócios estabelecidos há mais tempo.
Quando comparado a países que compõem o Brics – grupo de países que têm atuado juntos para pôr em prática acordos comerciais e desenvolver projetos conjuntamente –, o Brasil é a nação com a maior taxa de empreendedorismo, ficando quase oito pontos percentuais à frente da China, que apresenta uma taxa de 26,7%. A Índia tem um índice de empreendedorismo de 10,2%; a África do Sul, de 9,6%; e a Rússia, de 8,6%. Se ampliarmos nosso comparativo, o número de brasileiros que mantêm uma empresa ou estão envolvidos na criação de uma é superior a países como Estados Unidos (20%), Reino Unido (17%), Japão (10,5%), Itália (8,6%) e França (8,1%).
Apesar de números tão positivos, as novas e crescentes exigências do mercado, a concorrência e os desafios do cotidiano empresarial obrigam que se pense o empreendedorismo de um jeito diferente. Então, como é possível sobreviver a um mercado que se mostra cada dia mais irregular, especializado e competitivo?
Muito provavelmente, a resposta inicial da maioria seria “qualidade”. No entanto, oferecer produtos ou serviços de qualidade não é mais um diferencial de mercado, é uma premissa necessária. Assim, quais seriam as características necessárias para se manter vivo nos negócios
(...) oferecer produtos ou serviços de qualidade não é mais um diferencial de mercado, é uma premissa necessária
A resposta está na inovação. Para manter ou melhorar as condições de uma empresa no mercado, faz-se necessária a criação de fatores competitivos ligados à inovação. Ela não é somente um diferencial, mas também a fórmula da sobrevivência e um dos principais fatores que determina a competitividade de setores, países e empresas. Atualmente, inovar é condição para permanecer no jogo dos negócios.
De acordo com Drucker, não seria possível falar de empreendedorismo sem citar a inovação, pois esta é peça-chave para o nascimento e manutenção de um empreendimento. Segundo ele, os empreendedores inovam. A inovação é o instrumento específico do empreendedor.
Enganam-se aqueles que acreditam que a inovação está ligada à utilização da tecnologia ou, o que é pior, aqueles que utilizam o termo inovação em suas estratégias de comunicação e esperam que isso faça com que o mercado os veja como uma empresa inovadora e melhor.
Inovar, no ramo empresarial, é uma forma de ver os desafios, encontrando soluções práticas, úteis e econômicas. É a capacidade de mudar um cenário, de revolucionar. Aqueles que inovam ficam em posição de vantagem em relação aos demais, e esse é o papel dos empreendedores: fazer com que suas empresas tenham relevância na vida de seus consumidores, oferecendo soluções para um determinado problema, necessidade ou desejo, seja ele consciente, seja inconsciente.
Inovar, no ramo empresarial, é uma forma de ver os desafios, encontrando soluções práticas, úteis e econômicas
No entanto, o sucesso de um empreendimento não se resume apenas ao empreendedor. O segundo principal ponto é a equipe. O perfil das pessoas por trás do projeto é relevante para qualquer tipo de corporação. O equilíbrio de competências dos profissionais envolvidos traz um diferencial para empresa. Apenas os seres humanos são dotados de inteligência e capacidade para executar as ações propostas para inovação, então é preciso valorizar o capital humano para que haja inovações consistentes.
Empreender, no Brasil ou em qualquer outro país, é saber se adaptar às mudanças constantes e inerentes ao mercado. Ter uma ideia é apenas o começo. É preciso saber e estar preparado para se adaptar às circunstâncias que se apresentam, abraçar novas oportunidades e olhar além do óbvio, usando sempre um pouco de ousadia para se manter competitivo. A rivalidade entre os concorrentes, a pressão dos produtos substitutos e o poder de negociação dos compradores e fornecedores sempre existirão. Entretanto, a inovação é que irá minimizar a competição.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.