Estudos comprovam que as nações hoje desenvolvidas possuem uma intervenção político-econômica comum e inequívoca: a ascensão política e econômica da classe média.
O governo brasileiro tomou decisões importantes para propiciar este bom resultado diante do quadro assustador de outros países. Lembremos, caro leitor, intervenções por parte do Banco Central, em particular do seu presidente, Henrique Meirelles. As ações de Henrique Meirelles mostram que o Banco Central é uma instituição, de certa forma, independente. Seguramente, teremos um 2010 promissor.
Henrique Meirelles, com o apoio do presidente Lula, conseguiu aquela autonomia que o Banco Central sempre almejou. Oportuno enfatizar que Bancos Centrais gerenciam a política econômica. Administram, através de várias ferramentas, a economia do país. Portanto, eles não podem ser passíveis de influências ideológicas as mais diversas.
Lembro da pressão que existia em torno do comportamento de Henrique Meirelles. Sindicatos, associações e parte da imprensa e do empresariado pressionavam o Banco Central pela redução de juros. Meirelles, sabiamente, reduziu a taxa de juros de modo gradual, pois existia o perigo inflacionário. Se o Banco Central não tivesse adquirido a tão desejada independência, possivelmente, atitudes apressadas poderiam ter sido tomadas. E, por consequência, talvez o surto inflacionário tivesse voltado.
Destaco, ainda, o fato de que o consumo das famílias teve alta de 3,2% no segundo trimestre deste ano – de acordo com o IBGE. Saliento também que a redução de impostos sobre produtos industrializados (IPI) junto com a expansão do crédito contribuíram para a expansão do consumo. Ponho em relevo, outrossim, que o governo contribuiu decisivamente para esta expansão.
Rememorem as medidas do presidente Lula no decorrer da crise quando diminuiu uma série de impostos. Da mesma forma determinou que os bancos públicos reduzissem os juros e expandissem o crédito. Esperamos, agora, que os bancos privados também façam a sua parte, reduzindo substancialmente as taxas de juros e o spread bancário. Só assim o consumidor brasileiro teria mais opções para obter crédito e a economia tenderia a crescer
Reafirmamos também que a classe C brasileira está em franca expansão.Será que isso é bom a ponto de comemorarmos? Na minha ótica, não. O Brasil precisa dar condições para que a classe B também consiga ser ampliada. Mas como permitir essa mobilidade da classe C para a B?
Como a recente crise econômica demonstrou, as intervenções do poder estatal são importantes. O estado deve ficar atento às movimentações dos mercados, e em particular do sistema financeiro.
Por outro lado, os governos precisam continuar a oferecer bens e serviços públicos essenciais e de qualidade à população. No caso, educação, saúde e segurança pública. Em se tratando da educação, como o estado brasileiro não consegue oferecer educação pública de qualidade para todos os brasileiros, deve fornecer condições para a expansão do ensino superior privado e criar novas escolas técnicas. Com mais brasileiros inseridos em escolas técnicas e no ensino superior, o Brasil adquirirá condições de ter um crescimento contínuo, que proporcionará uma intensa mobilidade social. Como educador, que sou, reconheço que a emancipação social somente advém da educação. Este é o maior desafio do Brasil.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.