De acordo com o Pnad, o número de residências com computador cresceu 24,3%. O número de residências com celular aumentou 17,8%. A desigualdade social, por seu lado, cresceu apenas na região Centro-Oeste. Neste contexto, é particularmente alegre consignar que os dados mostrados nos revelam que o Brasil de hoje vive uma nova realidade, a qual foi construída a partir do Plano Real. É que o fim da inflação possibilitou que diversas outras ações fossem implementadas, como a expansão do ensino superior privado, as privatizações e a queda gradual dos juros – está sendo a mais recente, embora ainda sejam considerados altos.
Registro, sem sombras de dúvidas, que vivemos um novo momento, uma nova época, um novo cenário. Entrementes, existem diversos outros desafios a serem enfrentados. O principal deles consiste em acabar com o analfabetismo, melhorar a qualidade da educação básica e em achar formas de colocar todos os indivíduos com idade universitária (18 a 24 anos) em uma faculdade. Isso seria a maior inclusão social que poderia ocorrer no país.
De acordo com o Pnad, um em cada 10 brasileiros com mais de 15 anos não sabe ler nem escrever. Por outro lado, segundo o IBGE, 14,1 milhões de brasileiros são analfabetos, afora os analfabetos funcionais que alcançam a casa dos 30 milhões de brasileiros. O Nordeste, por seu turno, é a região que mais possui analfabetos, embora seja a região que teve a maior redução do analfabetismo nos últimos 15 anos.
É triste registrar que o Brasil ocupa a oitava posição dos países da América Latina com o maior índice de analfabetismo. Mais triste ainda assinalar que superamos países como o Haiti, Guatemala, Nicarágua, Honduras e Jamaica.
A erradicação do analfabetismo, a melhoria na qualidade da educação básica e a expansão da educação privada é o nosso maior desafio. Os dados do Pnad revelam isto.
Ampliando o quadro de análise, quero aqui repetir uma pergunta que faço frequentemente: a classe C brasileira cresceu. Entretanto, por que não exigirmos uma mobilidade maior da classe C para a B? Esclareço que não sou contra o Programa Bolsa Família. Considero este Programa um importante instrumento de proteção social. Contudo, o ideal seria que o número de atendidos pelo Programa Bolsa Família diminuísse, pois isto significaria maior mobilidade da classe C para a B e por via de consequência, mais pessoas adentrariam no mercado de trabalho e haveria maior crescimento econômico, e , por óbvio, uma conquista de maior renda por parte dos indivíduos.
Mas, como conquistar renda? Como diminuir o número de beneficiados do Programa Bolsa Família? Importa responder de forma simples: educação de qualidade para todos. Ou seja, em primeiro lugar, investimento maciço junto ao ensino básico. Em seguida: criação de escolas técnicas. Terceiro: facilitar o acesso dos indivíduos ao ensino superior privado ou público.
Por fim, insta asseverar que devemos comemorar os avanços e os resultados do Pnad. Mas temos que reconhecer os desafios que eles nos trazem. Certamente, com mais investimentos em educação por parte do estado e da iniciativa privada, os resultados do Pnad no futuro serão muito melhores.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.