Nesse contexto, insta perquirir: de que modo estes candidatos poderão conquistar o eleitorado? É que o eleitor de hoje, muito mais racional do que outrora, avalia as propostas e procura identificar os benefícios que elas poderão trazer para o seu cotidiano e para a vida de sua comunidade
Cumpre registrar que nos dias atuais o eleitor constrói uma identificação valorativa com o candidato. Ou seja, analisa se ele transmite confiança e credibilidade, ou não, nas propostas apresentadas, avaliando, diante delas, as condições presentes e as perspectivas para o futuro, e de certa forma, inconscientemente, se identifica com o próprio candidato.
É claro que a política econômica do Brasil, iniciada na era do presidente Fernando Henrique Cardoso e mantida pelo atual presidente Lula, necessariamente, fará parte dos programas de governo de todos os candidatos, e, por via de consequência, deverá ser mantida. Qualquer candidato que tiver postura e discurso distinto deste, certamente perderá a eleição. E particularmente alegra consignar que a estabilidade econômica e monetária do Brasil já está impregnada no seio de nossa sociedade, fazendo parte da vida da própria população brasileira. O povo brasileiro não aceita a possibilidade de não poder prever os seus gastos futuros, avaliando consideravelmente o nível de previsibilidade do valor de uma prestação de um automóvel ou de um imóvel. Portanto, por incrível que pareça, nenhum candidato irá concentrar as suas propostas na política econômica, uma vez que será conditio sine qua non a sua manutenção.
Por outro lado, diversos temas serão objeto de propostas dos candidatos. A questão da redução dos juros, a reforma tributária, a reforma política, a reforma fiscal, etc, com certeza, farão parte da agenda eleitoral. Contudo, prevejo que a discussão na eleição presidencial ficará mais centrada na seguinte temática: a eficiência dos serviços do estado. Todos os candidatos devem centrar suas propostas no âmbito da eficiência dos serviços públicos. Em particular, na questão da segurança pública, da saúde, da qualidade da educação e do acesso de todos, sem distinção, a uma escola e a uma universidade. Nessas áreas, certamente, todos irão prometer melhorias.
Na esfera da saúde pública, parece-me que será consenso a implantação de um novo modelo de gestão para os hospitais públicos. Este modelo, o qual já foi implantado e está sendo aplicado no estado de São Paulo, e deve ser implantado aqui em Pernambuco, tem o objetivo de tornar o sistema mais eficiente e econômico. Na educação, creio que os candidatos prometerão universalizar a educação básica; melhorar a qualidade das escolas públicas, que infelizmente são muito ruins; erradicar o analfabetismo no Brasil, que gira em torno de 10% da população; ampliar o número da população com idade universitária, nas universidades, que, infelizmente, é de apenas 12%, um dos piores índices do mundo, através de políticas de expansão das universidades públicas e privadas, e da expansão do financiamento estudantil.
Quanto à questão da segurança pública, não acredito que as propostas irão ressaltar a importância da desconstitucionalização das Polícias. Imagino que os discursos dos candidatos serão de eficiência, de metas e da construção de um novo modelo de segurança pública. Mas, qual modelo? Até hoje não conheci um modelo eficaz e eficiente que pudesse resolver o problema da segurança pública no Brasil. Ou seja, vão bater na tecla que no passado todos bateram. Eu espero que este meu prognóstico não se torne realidade. Tenho a expectativa de que algum candidato procure inovar no âmbito das propostas, sendo criativo e esteja disposto a provocar uma ruptura nas estruturas arcaicas que dificultam a eficiência do estado e o desenvolvimento social e econômico de nossa nação.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.