O retorno de um paraibano

O retorno de um paraibano

Por: Janguiê Diniz
27 de Jul de 2007

O castelo está ali, soterrado por um cruel encantamento, do qual somente o sangue poderia livrar, acabando de uma vez por todas com a miséria do sertão e fazendo todos nós felizes, ricos, belos, poderosos, eternamente jovens e imortais”.

Fugindo da bagaceira estonteante, dos caminhos, das encruzilhadas, do sol causticante, das emboscadas e dos horrores armazenados por uma oligarquia forjada num modelo de dominação intolerante e irracional, peguei estrada. E, por veredas, saltei riachos, enfrentei as caatingas, com seus mistérios e sobressaltos. Obedecendo à minha intuição, olhando o céu estrelado e o luar resplandecente do sertão paraibano, segui caminho mundão afora. Andei pelas bandas do Mato Grosso, de Rondônia, e portei no Recife, e ali finquei raízes.
Embalado ainda hoje pelos sonhares da minha infância, que me traziam um despertar de alegrias e uma imensa vontade de correr seguindo os cantares de um galo-campina – “que, quando canta, muda de cor”-, tornei-me Juiz do Trabalho. E, depois, membro do Ministério Público da União. E, depois, professor da tradicional Faculdade de Direito do Recife da UFPE. E segui, resoluto, a minha vida acadêmica – como mestre e doutor em direito. E me tornei um fazedor de cultura, um empreendedor da educação criando a Faculdade Maurício de Nassau do Grupo Bureau Jurídico.

Mas, os sonhos de criança teimam alegremente em me perseguir. Muitas vezes, através de um alumbramento que decorre da presença de um aboio sonoro e tristonho, cantado por um vaqueiro imaginário, nas quebradas do sertão; noutras, ao me pegar soltando estrelinhas e cantando as modinhas, em noites de São João.

Aí bate uma imensa saudade da minha Paraíba, do meu Piancó, da minha Santana dos Garrotes. Não há como fugir; não há por que fugir: “saudade é um parafuso que dá rosca, quando cai; só entra se for torcendo. Porque, batendo, não vai. E, se enferrujar por dentro, pode quebrar! Mas não sai ! “.
O nordestino “é antes de tudo um forte”, dizia Euclides da Cunha. Mas, é antes de tudo, extremamente sensível e poeticamente humano. Não poderia eu fincar os pés e a alma na Paraíba outra vez, criando na capital paraibana a Faculdade Maurício de Nassau e, neste alegre e saudoso retorno, sem expressar estes sentimentos.
Mas, o meu passado, não posso vê-lo inteiramente restaurado, tal como ele era. Ele, o passado, como alimento da minha alma, torna-se um elo com o presente e embala os meus sonhos rumo ao futuro, tal como na dialética alegoria de Heráclito. Se volto a banhar-me simbolicamente neste rio, que se chama Paraíba, ele não é mais o mesmo rio de antes. Eu, também não. Ambos prosseguimos, caminhamos, seguindo as trilhas dos nossos relembramentos.

O passado, dizem os antropólogos da cultura, constitui reserva privilegiada, para as vivências do presente e a construção do futuro. Retorno, pois, à minha terra natal como um fazedor, um empreendedor de cultura e de educação, trazendo para cá a Faculdade Maurício de Nassau. Hoje, a maior e mais importante faculdade particular do estado de Pernambuco, que em apenas 4 anos de existência conta com mais de 36 cursos de graduação, além de inúmeros programas de pós-graduação em diversas áreas e cerca de 14 mil alunos, procurando honrar a sua trajetória iluminada por todos aqueles que, naquela terra, se notabilizaram nos campos da ciência, da arte e da educação.

Transformando

Sonhos em Realidade

Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.

Receba as novidades em primeira mão!