No entanto, na mesma semana em que a promessa de cortes excessivos na máquina pública é anunciada, lá vem mais uma novidade de Brasília: o Ministério do Planejamento divulgou que, no próximo ano, deverão ser criados mais de 140 mil cargos públicos. No mínimo, uma contradição.
O mundo ainda está em crise. A mesma que teve início no fim de 2008 e ainda pode trazer malefícios para o Brasil. A explicação está na possível redução da demanda no mercado externo, o que certamente irá prejudicar nossos negócios, ainda mais no que se refere à importação de commodities. Estamos falando de crise econômica e, para evitar maiores abalos em solo brasileiro, qualquer medida no tocante à redução do custeio da máquina pública – por sinal, um dos maiores problemas na economia brasileira – é válida.
A presidente Dilma Rousseff sabe da gravidade do problema. Ao contrário de seu antecessor, Dilma não menospreza a crise mundial taxando-a de marola. E, por isso mesmo, vem anunciando a necessidade de se investir na redução da taxa d ejuros, entre outras medidas. O Governo Federal falou em arrocho fiscal, e o assunto está sendo discutido pela primeira vez em reunião do Conselho Político,no intuito de se frear o apetite por gastos da base aliada.
Mas os discursos não se sustentam. O Ministério do Planejamento acaba de divulgar um número que caminha na direção contrária à promessa de aperto fiscal da presidente Dilma Rousseff para 2012. Pela proposta do Orçamento da União enviada ao Congresso Nacional, no próximo ano, serão criados exatos 141.142cargos por meio de concursos públicos, funções e cargos comissionados. Estamos falando de um aumento de 457% em comparação ao que estava previsto para este ano, cerca de 25.334.
O Brasil parecia estar começando a encontrar as diretrizes certas para crescer e, mais importante que isso, criar musculatura para enfrentar a crise internacional. As medidas estavam sendo anunciadas. Um cuidado com o cofre público bastante pertinente. O objetivo oficial de crescimento econômico para este ano permaneceu em 4,5%, mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admitiu que pode ficar em 4%. Agora é o ano de 2012 que incomoda. Se a economia este ano entrar numa desaceleração, será imprescindível unir esforços para que seja evitado um crescimento abaixo dos 4% em 2012. E é por esse e outros fortes motivos que nossa presidente encheu-se de entusiasmo para falar em arrocho fiscal.
O discurso ia bem e até merecia elogios. Mas a admiração cai por terra e se perde nas contradições do governo. Pelo texto encaminhado ao Congresso, as novas contratações levarão a uma despesa da ordem de R$ 1,9 bilhão. E em um momento em que era necessário apertar as tarraxas. Talvez ainda seja cedo para levantar qualquer crítica a respeito da nova gestão do país. Mas os problemas existem. E o que os brasileiros esperam é que todo o entusiasmo do governo para equilibrar as contas e fazer o país crescer tenha, no mínimo, um propósito. E que seja, de fato, verdadeiro. Sem contradições.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.