Antes do Real, a economia brasileira sofria com a inflação contínua. Não eram surtos inflacionários. Mas uma insistente taxa inflacionária. Taxa esta, em razão de ser altíssima, que não permitia que o setor empresarial e as famílias pudessem planejar o futuro, pois a inflação coibia qualquer tipo de prognóstico.
Importa salientar que os pobres sofriam muito por conta das altas taxas inflacionárias. Como ainda sofrem em razão da elevada carga tributária. Antes do Real, as classes C e D consumiam feijão na terça, por exemplo. Mas noutro dia, não tinham mais condições de consumir, já que o preço do feijão tinha subido e a sua renda, às vezes não advinda do trabalho formal, tinha sido corroída.
O Real mudou esta realidade. Aliás, o Plano Real e a rede de proteção social criada por FHC e Lula possibilitaram que a mobilidade social ocorresse no Brasil de modo mais acelerado nestes últimos anos, apesar da atual crise econômica.
O Plano Real representou a ruptura com um passado que a população brasileira não mais deseja. E mostrou que os diversos problemas existentes no contexto social brasileiro podem ser superados. Lembro que ninguém acreditava no fim das altas taxas de inflação. Foram vários planos econômicos. Até fiscais foram usados para coibir a alta dos preços. Após várias tentativas, a inflação foi reduzida.
Sempre acreditei no Brasil. Assim como acredito que o nosso País tem condições de superar qualquer desafio. Ou melhor, tem condições de resolver qualquer problema que afete o seu desenvolvimento econômico.
Não sou adepto da cantiga cansativa “precisamos de uma reforma tributária”. Sou adepto das realizações, do empreendedorismo. Portanto, mister que se faça a reforma tributária. Isto é óbvio. Em razão da redução do IPI, a venda de automóveis no último mês de junho alcançou 300,2 mil unidades. Um recorde. Certamente, se não tivesse havido a redução do IPI, impostos, certamente o Brasil teria sofrido mais com a crise. Portanto, urge que a uma reforma tributária ampla e profunda seja realizada. Ou melhor: o Governo l precisa reduzir impostos para o setor empresarial aumentar a sua produtividade.
Contudo, para os impostos serem reduzidos, é necessário também que sejam reduzidos os gastos públicos. Mas sem haver qualquer redução de investimentos. Refiro-me em reduzir custeios da máquina pública. É de primacial importância, senão vital a transparência nos gastos públicos. É também crucial e estabelecer limites, considerando a variação do PIB, para o aumento dos salários dos servidores públicos.
Ademais, a reforma da previdência também deve ser também realizada para possibilitar a redução de gastos e, por via de conseqüência, a diminuição da carga tributária. Por outro lado, Parcerias publica-privada carecem fazer parte das ações governamentais. Desta forma, mesmo diante de um quadro de insuficiência na capacidade de investimentos, o estado poderá investir em infra-estrutura.
Registramos, por fim, que um outro grande desafia que o Brasil enfrenta é tornar o país mais seguro. Segurança pública é um bem público que deve ser oferecido pelo estado. O desafio consiste em tornar a gestão das instituições do sistema de segurança mais eficiente. É incompreensível diversas cidades brasileiras terem alta freqüência de homicídios. Insegurança obstaculariza investimentos.
Não sou cético quanto aos desafios do Brasil. Ao contrário. Sou otimista. O Plano Real mostrou que não existem adversários para a sociedade brasileira. Basta termos coragem de enfrentá-los. Por isto, considero possível o Brasil superar os problemas apresentados.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.