Para onde irá a classe C ?

Para onde irá a classe C ?

Por: Janguiê Diniz
18 de Jul de 2011

E a maioria destes indivíduos veio das classes D e E. Ou seja, o País está crescendo e oportunizando o crescimento de seus cidadãos. A notícia é boa quando se sabe que 1,4 milhões de pessoas saíram da classe E passando para a classe C, mas antes de soltarmos os fogos da comemoração, é preciso analisar. Crescer é positivo, mas o acompanhamento é fundamental.

As recentes conquistas econômicas do Brasil são motivos para festejo. Especificamente, o aumento do crédito, o crescimento econômico, a amenização da desigualdade e a emancipação social dos indivíduos. Estes feitos foram fatores contribuintes para o aumento do número de indivíduos a agora integrar a classe média brasileira. De fato, temos razões para comemorar. Entretanto, há fortes motivos para se fazer o seguinte questionamento: para onde irá a classe C?

A classe C já é maioria no País. São 55%. Mas falta mobilidade social para acompanhar a expansão desses novos cidadãos, que consomem mais e clamam por educação de melhor qualidade. Falta saber lidar com a mobilidade social. Este é um conceito sociológico que exprime mudança na sociedade. A mobilidade social pode ser ascendente ou descendente. E qualquer uma desta mobilidade representa mudança.

Aliás, no Brasil estão sendo observadas mobilidades ascendente e descendente. Isto porque a pesquisa da FGV mostrou que as classes A e B perderam integrantes. Foram cerca de 237 mil pessoas que saíram dos estratos mais abastados e foram pouco mais da metade da população brasileira se concentrassem na classe C. Ressaltamos, entretanto, que as classes A e B representam 11,76% da população brasileira.

Neste instante, o Brasil está diante de dois caminhos. E precisa decidir em qual caminho ele seguirá. Desejamos o aumento da classe C, ou a diminuição desta classe e o aumento das classes B e A? A sociedade brasileira está diante de um desafio. É preciso escolher entre a paralisia ou a estabilização econômica ou a mobilidade econômica contínua.

Caso o Brasil opte pela paralisia ou estabilização, estaremos satisfeitos com o aumento da classe C e não nos incomodaremos com a diminuição ou a estabilização das classes A e B. Se optarmos pela mobilidade econômica contínua, haverá a preocupação com o inchamento da classe C, e então deverão ser criados meios para que indivíduos saiam desta classe rumem para as classes B e A. Certamente, muitos irão dizer que diante da mobilidade social recente do Brasil, devemos comemorar o aumento da classe C e esquecer a estabilização ou a diminuição das classes A e B. Ledo engano!
Para onde irá a classe C? Assim como frisamos anteriormente, existem as mobilidades ascendente ou descendente. A paralisia econômica possibilitará a estabilização da classe C, e, talvez, a mobilidade descendente. Ambas são preocupantes para o setor produtivo, uma vez que a identificação da classe do indivíduo é possível em razão das variáveis renda e consumo.

Mais renda e mais consumo possibilitarão a mobilidade ascendente. Portanto, devemos buscar caminhos para que a classe C não fique estável, mas é fundamental que o aumento da renda e do consumo dos seus integrante possibilite a mobilidade ascendente. O Brasil está crescendo e encontrando as diretrizes para a superação da pobreza. Mas isto não basta. A classe C deve migrar para as classes B e A. Este é o caminho que o País deve escolher.

Transformando

Sonhos em Realidade

Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.

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