Uma empresa age de forma socialmente responsável em relação aos funcionários quando o faz desde o primeiro contato com eles. A partir da seleção que tem que ser transparente, na medida em que se oferece oportunidades a todos em igualdade de condições, independentemente de raça, cor, religião, sexo ou idade. E, posteriormente após a contratação, investindo em treinamento e desenvolvimento profissional, segurança no local de trabalho, estímulo à qualidade de vida, salários compatíveis com o mercado, com abertura e transparência para a comunicação em todos os níveis hierárquicos, preparando, inclusive, os seus funcionários para a aposentadoria.
Quanto aos investidores, esses – ao efetuarem suas aplicações financeiras – preocupam-se em fazê-lo em empresas sólidas, que respeitem o meio ambiente, as condições humanas e sociais de seus empregados, que sejam éticas e que zelem pela qualidade de suas relações com a comunidade.
No que pertine aos clientes e consumidores, ela está relacionada ao desenvolvimento de produtos e serviços confiáveis e de qualidade e que não provoquem danos à saúde dos indivíduos, haja vista que a dimensão social do consumo ressalta a questão da política de marketing e comunicação, devendo ter o caráter educativo de suas ações, não excedendo as expectativas do que é oferecido, e não provocando desconforto ou constrangimento ao consumidor, devendo informar corretamente os riscos potenciais dos produtos oferecidos.
No concernente à comunidade, esta ocorre quando a empresa respeita os valores, os costumes, as culturas e as crenças da comunidade local, envolvendo-se e fazendo investimentos em melhorias sociais na comunidade em que está inserido, mediante apoio material ou de serviços a projetos comunitários, disseminando os valores sociais. É importante que a empresa mantenha bons relacionamentos com as organizações civis atuantes na comunidade, trazendo benefícios para a comunidade como forma de justa contrapartida pelo impacto que ela cria.
Os fornecedores, por seu turno, são, de certa forma, uma extensão da empresa. Por isso, devem compartilhar dos mesmos valores da empresa, com posturas semelhantes. Nesse sentido, a escolha dos fornecedores deve basear-se em critérios claros, valorizando a livre concorrência e com transparência na cotação de preços, além de avaliar questões como condições de trabalho dos terceirizados e, principalmente, se não há caso de trabalho infantil na cadeia produtiva.
A responsabilidade social em relação ao governo implica não apenas em cumprir com as obrigações legais, como não sonegar impostos, oferecer condições de trabalho dignas, seguras e saudáveis, não ter práticas discriminatórias, respeitar a diversidade, mas, também promover outras ações que contribuam para boas relações com órgãos governamentais. Em época de campanhas políticas, as empresas devem ser transparentes e cuidadosas ao apoiar candidatos, que podem gerar desconfiança, evitando também pagamentos que visem a influenciar ou agilizar decisões governamentais.
Uma empresa ambientalmente responsável está sempre atenta às ações de manutenção e melhoria das condições ambientais, minimizando riscos e ações agressivas à natureza. Para isto, investe em tecnologias antipoluentes, recicla produtos, e o lixo gerado mantém relacionamento estreito com órgãos de fiscalização ambiental, limita o uso de recursos naturais e de descargas nocivas, constrói estações de tratamento de poluentes e é responsável pelo ciclo de vida de seus produtos.
*Doutor em Direito, Presidente do Grupo Universitário Maurício de Nassau.
janguie@mauricionassau.com.br
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.