Turbulências institucionais na América Latina

Turbulências institucionais na América Latina

Por: Janguiê Diniz
02 de Jul de 2012

Quando a presidenta da Argentina Cristina Kirchner optou por estatizar a Repsol, empresa petrolífera, o Parlamento do país apoiou a presidenta. Porém, a decisão de Kirchner provocou questionamentos do governo espanhol e desencadeou reclamações por parte de diversos investidores estrangeiros, aguçando a desconfiança em relação as instituições argentinas.

No Brasil, a CPI do Cachoeira provocou conflitos entre partidos da oposição e do governo. Inicialmente, as discussões possibilitaram a disputa na base governamental e desconfiança por parte dos oposicionistas quanto aos objetivos da CPI. Depois de variados debates conflituosos e de diversas acusações, as quais envolveram, inclusive, atores importantes do cenário político, a acomodação institucional surgiu. Com isto, a CPI, que antes representava um instrumento contra a corrupção, perdeu, aparentemente, a sua razão de existir.

No Paraguai, o até então presidente, Fernando Lugo foi impedido de governar em razão de conflitos agrários. Em decisão rápida, a maioria dos parlamentares paraguaios decidiu dar posse ao vice-presidente da República, com a justificativa de que Lugo não teria mais condições de continuar na presidência. A decisão do Parlamento gerou variados questionamentos, inclusive a possibilidade de um golpe, em virtude da rapidez e do aparente motivo banal que provocou o impedimento presidencial de Lugo.

Os fatos apresentados acima sugerem turbulências institucionais na América Latina, além de motivar analistas a especularem quanto à possibilidade de que essas mesmas turbulências se transformem em crises institucionais. É possível que na Argentina e no Paraguai, em razão da atual situação econômica que os atormenta, os fatos se ampliem, causando uma crise institucional. Neste sentido e pensando desta forma, consideramos que a crise econômica é uma variável que condiciona as crises institucionais.

No caso do Brasil, apesar do pífio crescimento econômico previsto para este ano, não antevemos crises institucionais em curto prazo, pois a presidenta Dilma, apesar de pontuais conflitos com o Congresso, mostra capacidade e abertura a diálogos e é aprovada majoritariamente pelos eleitores. Além disto, as instituições brasileiras têm mostrado ao longo do percurso histórico, cordialidade em seus relacionamentos e capacidade de dirimir conflitos, apesar da forte e necessária vigilância da imprensa.

Transformando

Sonhos em Realidade

Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.

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