Dias após o tremor e ainda em processo de resgate de feridos e vítimas, chamamos a atenção para as seguintes questões: sabia-se que Kathmandu, capital do Nepal, fica na falha geológica onde se chocam as placas tectônicas da Índia e Euro-Ásia, tornando-a uma das cidades mais vulneráveis do mundo. Acrescentem a isso os registros históricos, que indicam que o período de retorno de um sismo de magnitude 8 na região é de cerca de 75 anos, sendo que, segundo a National Society for Earthquake Technology do Nepal – o último tinha sido em 1934.
Teria sido esta uma tragédia anunciada?
O Nepal é um dos países mais pobres e menos desenvolvidos do mundo. Localizado em uma região com alto risco sísmico, com 28 milhões de habitantes e com PIB per capita de aproximadamente mil dólares, para muitos especialistas a má qualidade das construções locais é uma das razões que explica o elevado número de vítimas e o efeito devastador do terremoto.
O custo total da reconstrução no Nepal, usando padrões de construção apropriados para uma região com muitos tremores, pode superar os cinco bilhões de dólares, o que equivale a aproximadamente 20% do PIB do país. Um grande desafio.
Podemos dizer que não há semelhanças entre a tragédia no Nepal e o Brasil. Por um lado, sim. O Brasil não possui registros históricos de terremotos, já que ficamos localizados em um conjunto de placas tectônicas muito antigas e com pouca, ou nenhuma atividade. Entretanto, vivemos tragédias que, assim como o Nepal, são anunciadas e não são prevenidas.
Se em 1934, mais 18.000 mil pessoas morreram em todo o Nepal e na Índia devido a um tremor, o que dizer das centenas de pessoas que morrem todos os anos com as enchentes que ocorrem por todo o Brasil nos períodos de chuvas? Ou das centenas de desabrigados devido aos desabamentos de barreiras?
O mundo deve, sim, se unir para ajudar na reconstrução do Nepal e no apoio aos sobreviventes. No entanto, é preciso que esta tragédia sirva de exemplo a todos os países que, de uma forma ou de outra, são atingidos por desastres naturais que podem ser prevenidos e minimizados.
Transformando
Sonhos em Realidade
Na primeira parte da minha autobiografia, conto minha trajetória, desde a infância pobre por diversos lugares do Brasil, até a fundação do grupo Ser Educacional e sua entrada na Bolsa de Valores, o maior IPO da educação brasileira. Diversos sonhos que foram transformados em realidade.
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