Impossível não se sensibilizar e chocar com a situação do Rio Grande do Sul, atingido por chuvas sem precedentes que causaram inundações em grande parte do estado, da capital ao interior. A tragédia não aconteceu sem ter sido prevista: relatórios já indicavam a intensificação de eventos climáticos. Foram ignorados. Agora, resta saber: o que será feito daqui pra frente?
Não se trata de apontar culpados, mas de assumir responsabilidades. Neste ponto, todas as esferas do poder público têm responsabilidade solidária. Governos federal, estadual e municipal parecem não ter agido da melhor forma para preparar a região para o que poderia acontecer. Um relatório de 2015, encomendado pelo governo federal, foi considerado “alarmista” por alertar para os eventos que poderiam acontecer; engavetado, acabou perdido. Nada foi feito. Já a gestão do estado, que tem frequentemente enfrentado problemas climáticos, pouco investiu em infraestrutura preventiva. Prefeituras tampouco agiram, embora estas tenham orçamento e possibilidades bem menores de engendrar bons planos de contenção de riscos.
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