A Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), entidade que representa 1,2 mil faculdades privadas, questiona a viabilidade do Fies, financiamento estudantil do governo, com os atuais abatimentos exigidos. Hoje, as instituições de ensino arcam com 28% do valor da mensalidade do curso. "No atual modelo, o Fies gera receita mas não é rentável. A margem das escolas é de 10% e o percentual de descontos é muito maior", diz Janguiê Diniz, presidente da ABMES.
Na semana passada, o MEC anunciou que as instituições terão que arcar com outros 2% da mensalidade. Esse percentual refere-se à taxa de administração cobrada pelo Banco do Brasil e CEF para o financiamento estudantil. "Somos contra esse acréscimo de 2%. É uma contribuição momentânea do setor", ressalta Janguiê. Além disso, as escolas precisam dar um desconto de 5% nas mensalidades pagas com o Fies e reverter 6,25% ao FGFUC (fundo garantidor em casos de inadimplência). O FGDUC arca com 90% da inadimplência e os outros 10% são pagos pelas escolas e governo. Dessa fatia residual de 10% não coberta pelo FGDUC, 15% são pagos pelas escolas e o restante pelo governo. "Estamos gerando um passivo futuro que não sabemos o tamanho", diz.
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