Oito em cada dez jovens e adultos que pretendem ingressar no ensino superior concordam com a nota mínima de 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para ter acesso ao Fies (programa de financiamento estudantil do governo federal). Mais da metade dessas pessoas querem usar o financiamento para chegar à faculdade.
As informações fazem parte de uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (20) e que aborda a visão dos jovens brasileiros sobre programas do MEC (Ministério da Educação). O estudo, encomendado pela Abmes (associação que representa instituições particulares de ensino superior), envolveu pessoas de 18 a 30 anos, com ensino médio completo.
A nota de corte no Enem para acesso ao Fies foi estipulada no fim de 2014 pela gestão da presidente afastada Dilma Rousseff. Antes, bastava fazer o Enem, independentemente do desempenho, para conseguir o financiamento.
A medida foi tomada em meio a outras decisões para frear os gastos com o programa. O objetivo, segundo o governo, é garantir que o financiamento seja concedido a alunos mais preparados. A média de 450 pontos é a mesma para que estudantes consigam pelo Enem a certificação do ensino médio. Também é a mesma para participar do Prouni (Programa Universidade Para Todos).
Para 63,2% dos entrevistados, a nota de corte deve ser mantida nesse patamar. Outros 17,8% dos entrevistados entendem que o índice deveria ainda ser maior no Fies. Com relação ao Prouni, 81% também concordam com o desempenho mínimo.
O setor de empresas educacionais sempre foi contrário ao critério, sob o argumento de que a regra diminui o número de alunos potenciais ao Fies. "A gente acredita que o programa precisa colocar na universidade quem precisa e não pode pagar. E quem não tem a nota é exatamente quem mais precisa", afirma o presidente da Abmes, Janguiê Diniz, ressaltando que o nível socioeconômico do aluno tem forte impacto no desempenho dele no exame.
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